Hepatite |
O que é
e como prevenir? 

Já considerada um grave problema de saúde pública do país, as hepatites virais mais comuns no Brasil são causadas pelos vírus A, B e C

Publicado em: 11 de maio de 2020  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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A hepatite é um grave problema de saúde no país, mas nos últimos anos tiveram grandes conquistas em relação à prevenção e ao controle, começando pela identificação dos agentes virais, desenvolvimento de testes laboratoriais, rastreamento dos indivíduos infectados e até mesmo a criação de vacinas1. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, cerca de 325 milhões de pessoas no mundo vivem com infecção crônica pelo vírus da hepatite B (VHB) ou pelo vírus da hepatite C (VHC)2.  O relatório global sobre hepatites da OMS indica que a maioria das pessoas não tem acesso a testes e tratamentos, e como resultado, estão em risco de desenvolvimento de hepatite crônica, câncer e até mesmo de levar à morte3. Os tipos mais comuns da doença no Brasil são as hepatites A, B e C1

Hepatite A 

O vírus é transmitido via fecal-oral, muitas vezes pela água e alimentos contaminados. Normalmente é considerada benigna, mas pode existir “formas atípicas” da doença – nesse estágio é considerada a principal causa de insuficiência hepática aguda1.  A melhor maneira de prevenção é com higiene pessoal, limpeza de banheiros, tratamento da água, e evitar que indivíduos contaminados preparem refeições1.

Hepatite B 

A OMS estima que cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo já tiveram contato com o vírus da hepatite B e que 325 milhões de indivíduos são portadores crônicos1. Por ser muitas vezes assintomática, a frequência ainda não pode ser mensurada1. A transmissão acontece pela pele e mucosas. Algumas formas de contaminação: relações sexuais, exposição da pele à agulhas ou instrumentos contaminados, transfusão de sangue, uso de drogas intravenosas e procedimentos cirúrgicos que não respeitam a biossegurança1.

A forma mais eficaz de prevenção é por meio da vacina, que é extremamente eficaz: de 90% a 95% de resposta vacinal em adultos1. Além disso, não é tóxica e não apresenta efeitos colaterais significativos1

Hepatite C 

A transmissão acontece pelo contato com sangue contaminado pelo vírus. Usuários de drogas ilícitas e injetáveis, pacientes submetidos à hemodiálise e pessoas que sofreram acidentes com itens contaminados têm mais contato com o vírus1. Ainda não existe vacina contra o vírus da hepatite C, e algumas maneiras de diminuir as infecções são: evitar o uso de drogas injetáveis com materiais compartilhados, uso de preservativo em relações sexuais, triagem de doadores de sangue e melhora na biossegurança em cirurgias médicas1

Números 

  • Em 2015, o número de mortes causadas pela doença foi de 1,34 milhão, o que é comparável às mortes por tuberculose e HIV2;
  • Ainda em 2015, mais de 1,75 milhão de pessoas foram infectadas pelo vírus da hepatite C, o que totalizou mais de 71 milhões de pessoas no mundo convivendo com a doença2; 
  • As infecções pelo vírus da hepatite B diminuíram por conta das vacinas – 84% das crianças nascidas no mundo todo em 2015 foram vacinadas2;
  • Estima-se que 257 milhões de indivíduos nascidos antes da introdução da vacina estejam vivendo com infecção crônica da hepatite B2;
  • A Estratégia Global do Setor da Saúde da OMS tem o objetivo de testar 90% e tratar 80% das pessoas com hepatites B e C até 20302; 
  • 9% das infecções do vírus da hepatite B e 20% das do vírus da hepatite C foram diagnosticadas em 20152; 
  • 8% das pessoas diagnosticadas com hepatite B estavam em tratamento e apenas 7% dos diagnosticados com a hepatite C iniciaram o tratamento2;
  • No Brasil, pelo menos 15% da população já esteve em contato com o vírus da hepatite B e 1% da população apresenta doença crônica a este vírus1;



Fontes: 1. Hepatites Virais: aspectos de epidemiologia e da prevenção. FERREIRA, Cristina Targa; SILVEIRA, Themis Reverbel da. Último acesso em 21 de julho de 2021. 2. Novos dados sobre hepatites destacam necessidade de uma resposta global urgente. Organização Pan-Americana da Saúde. Último acesso em 21 de julho de 2021.  3. Relatório Global sobre hepatites. OMS. Organização Mundial da Saúde. Último acesso em 21 de julho de 2021. 4. Aspectos epidemiológicos das hepatites virais. PASSOS, Afonso Dinis Costa. Último acesso em 21 de julho de 2021.

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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