Luta contra o câncer: Eurofarma fecha parceria com consórcio internacional para conduzir pesquisas e comercializar vacina contra o câncer de pulmão
Publicado em: 5 de outubro de 2009  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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São Paulo, 05 de outubro de 2009 – Com o objetivo de oferecer aos pacientes brasileiros uma nova op- ção de tratamento contra o câncer de pulmão, a Eurofarma, uma das maiores indústrias farmacêuticas do País, fecha parceria e passa a integrar consórcio internacional para a condução de pesquisas clínicas no Brasil com a vacina.

Diferente do tratamento quimioterápico, a vacina racotumomab (1E10) induz uma reação imunológica no paciente, fortalecendo o organismo para o combate ao crescimento tumoral sem os efeitos colaterais devastadores da quimioterapia, por meio de ação em sítio específico. Por isso, representa uma nova alternativa complementar de tratamento contra o câncer de pulmão, com menor agressão ao paciente.

Além da redução de efeitos adversos, a nova vacina parece melhorar a sobrevida dos pacientes, com melhora da qualidade de vida. A sobrevida prolongada sugerida pelo efeito benéfico da vacina racotumomab (1E10) foi observada em um grupo de 71 pacientes com câncer de pulmão em estágios avançados, a maioria dos quais haviam apresentado benefício clínico com a quimioterapia de primeira linha (ou inicial). Estes pacientes receberam a vacina como tratamento compassional. Foi realizada comparação estatística da sobrevida nos pacientes vacinados versus a sobrevida observada em um grupo controle histórico e se observou que os pacientes que receberam racotumomab tiveram uma média de sobrevida maior. A previsão é que esta vacina terapêutica represente uma forma revolucionária de tratamento para pacientes com câncer de pulmão em estágio avançado e sem expectativa de cura cirúrgica.

Baseada em uma ideia original do Centro de Imunologia Molecular, localizado em Havana/Cuba, e desenvolvida conjuntamente com a Elea, há 15 anos, a vacina contém anticorpos monoclonais anti-idiotí- pico (anti-Id) e é denominada racotumomab. Estes anticorpos ajudam o sistema de defesa a reconhecer como estranho o tumor para que o organismo do próprio paciente trabalhe no combate à doença.

Para dar início às pesquisas no Brasil, a empresa aguarda aprovação dos órgãos regulatórios. A expectativa é que em novembro, os primeiros pacientes recebam a vacina. A pesquisa deverá contemplar 250 pacientes e 10 Centros de Pesquisa em diversas regiões do País. Para esta realização, a Eurofarma estima investir R$6 milhões e o produto deverá chegar ao mercado em 4 anos. A empresa terá exclusividade na venda do produto no Brasil e poderá comercializá-lo também em outros países da América Latina.

“A nossa expectativa é grande. Temos o anseio de contribuir com os médicos oncologistas e pacientes no controle do avanço do câncer de pulmão. Este é um dos grandes males que atinge a humanidade e uma das doenças tumorais mais agressivas, com baixa perspectiva de cura”, afirma Taís Ramadan, gerente de novos negócios da Eurofarma.

Além da farmacêutica brasileira, o consórcio é formado pela Recombio, com sede na Espanha. Para ingressar no mercado asiático, a Recombio possui parceria com a empresa Innogene Kalbiotech. O câncer de pulmão atinge anualmente 1,2 milhão de novas pessoas em todo o mundo. No Brasil, são aproximadamente 25 mil novos casos ao ano de câncer de pulmão de não pequenas células. No momento do diagnóstico, cerca de 50% dos pacientes apresentam estágios avançados ou a doença já disseminada, sem perspectiva de ressecção por cirurgia.

Expansão

Além do foco na pesquisa, a entrada da Eurofarma no consórcio está alinhada à visão da empresa de incrementar seu portfolio com produtos protegidos.

O laboratório investe fortemente em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação, cerca de 5% de sua receita e, em 2007, fechou parceria com o Nimotuzumab Global Development Consortium, consórcio mundial de 21 empresas que abrange todos os continentes na condução de pesquisas clínicas do medicamento oncológico nimotuzumabe.

O acordo é um marco na indústria farmacêutica nacional. Trata-se do primeiro estudo clínico conduzido por uma farmacêutica brasileira com um Anticorpo Monoclonal contra o câncer.

Nos planos de expansão da empresa também estão a internacionalização e a inauguração de sua planta, no Complexo Industrial de Itapevi, ocorrida em 2007. Com 80.000 m2 de área construída, o Complexo atende às necessidades atuais e futuras de produção para o abastecimento do mercado interno e externo. A planta, considerada uma das unidades mais modernas do mundo, já consumiu mais de R$ 340 milhões em investimentos e deverá receber as certificações de órgãos internacionais como FDA – Food and Drug Administration e Emea – European Agency for the Evaluation of Medicinal Products. A unidade concentrará grande parte das atividades industriais da empresa.

Sobre a Eurofarma

Fundada em 1972, a Eurofarma está entre as maiores indústrias farmacêuticas do país. A empresa atua em praticamente todos os segmentos farmacêuticos por meio de suas Unidades de Negócios - Prescrição Médica (Farma), Genéricos, Hospitalar & Licitações, Oncologia, Serviços a Terceiros e Pearson (Veterinária) . A Eurofarma produz uma média de 155 milhões de unidades (caixas) por ano e possui 5 plantas em operação. A empresa, que iniciou suas atividades com a fabricação de medicamentos para terceiros, anos mais tarde passou a atuar no mercado fabricando e comercializando medicamentos próprios, destinados à saúde humana e animal. Atualmente, a Eurofarma conta com a maior equipe de propaganda médica do Brasil, com mais de 2000 integrantes, que realizam 450.000 contatos médicos por mês. Nas metas da empresa está a cobertura de 90% do mercado latino-americano para garantir uma forte presença regional. O Complexo Industrial de Itapevi, a mais nova planta da empresa, multiplica em algumas vezes sua capacidade produtiva e deve transformar-se em um grande pólo produtivo para o abastecimento ao mercado nacional e internacional. Para mais informações, favor acessar www.eurofarma.com.br.

Sobre a Chemo

A história do Grupo Chemo se confunde com a trajetória de seus fundadores argentinos: o psiquiatra Hugo Sigman e a bioquímica Silvia Gold. Família de cientistas dedicados à pesquisa, desenvolvimento e inovação, iniciaram seus negócios na Espanha e construíram um grupo de empresas farmacêuticas e farmoquímicas hoje presente na Espanha, Itália, Suíça, Argentina, China, Índia, Rússia e diversos outros países na Europa, Ásia e América Latina, incluindo o Brasil. Vale destacar também as atividades benemerentes em doenças negligenciadas desenvolvidas pela Fundação Mundo Sano com fundos da família. O Grupo Chemo está envolvido com biotecnologia há cerca de 20 anos, inicialmente, através da empresa Biogenesys Bagó na Argentina e, posteriormente, em projetos de co-desenvolvimento internacionais e com uma rede de instituições públicas no mesmo país. Mais recentemente novos investimentos foram feitos na aquisição e expansão da Chemo Wanbang Biotech (ClonBiotech), na China, e na instalação do laboratório PharmADN, na Argentina. Além de produtos biosimilares das empresas, há quatro anos foi constituída a RECOMBIO, na qual o grupo Chemo tem uma participação junto com o laboratório argentino Elea. A Recombio é titular das patentes do Racotumomab, que está em fase 3 com um estudo clínico multicêntrico que incluirá 1082 pacientes em diferentes países. No Brasil, para grande satisfação da Chemo e Elea, a Recombio aderiu ao consórcio o laboratório Eurofarma, que está participando ativamente de todas as etapas do projeto.

Sobre a Elea

A Elea é um Laboratório Argentino que, desde 1939, pesquisa e desenvolve medicamentos confiáveis para diversas especialidades médicas. Respaldados por unidades de negócios com marcas líderes, projetos próprios de pesquisa e desenvolvimento, licenças de importantes companhias internacionais, plantas produtoras e uma rede de distribuição de grande alcance, está hoje entre as primeiras posições do mercado farmacêutico argentino. Desde o início, a Elea se destacou pelo desenvolvimento de produtos de alta complexidade, como o hormônio estimulante do cortex adrenal (Acthelea) e os hormônios FSH (Follicle Stimulating Hormone) e LH (Luteinizing Hormone). Com a criação da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento, começaram a sintetizar neurohormônios, como o fator liberador de tirotrofina, que é comercializado com o nome de Trhelea 200 e o fator liberador de luteotrofina, denominado Luteoliberina. Muitos anos se passaram e hoje o laboratório continua com a mesma paixão e estímulo pela pesquisa. Com orgulho, sessenta anos depois, estamos iniciando - associados à Chemo, Recombio e agora Eurofarma -, um estudo fase III em pacientes de oito países, avaliado por um comitê de experts internacional. O Brasil é um desses países, junto com Cingapura, Taiwan, Coréia do Sul, Índia, Cuba, Uruguai e Argentina. Em 1990, integrada ao atual grupo empresarial, a Elea se transformou em uma das companhias líderes em ginecologia, obstetrícia, cardiologia, neurologia e no campo dos produtos para o tratamento da AIDS. Também nos produtos de biotecnologia, com os quais há 15 anos começou com projetos de pesquisa próprios e neste momento tem vários produtos em estudos clínicos.

Sobre a RECOMBIO

A Recombio é uma companhia internacional baseada na Espanha que investiga, desenvolve e produz produtos inovadores, com foco em imunoterapia de doenças crônicas, como o câncer e doenças virais crônicas, e possui centros de pesquisa na Argentina e em Cuba. Por mais de 10 anos, a Recombio vem desenvolvendo um projeto de pesquisa original, realizado por uma equipe composta pelo Centro de Imunologia Molecular (CIM) de Havana, Cuba, e pesquisadores das Universidades de Buenos Aires e de Quilmes, na Argentina, na busca por descobrir novas estratégias para ativar específicas imunoterapias contra o câncer. No início dos anos noventa, um grupo de pesquisadores do CIM reportou pela primeira vez a presença de mono-sialyl lactose ceramides (MSLC) em tumores de mama em humanos. A descoberta possibilitou que a Recombio desenvolvesse tecnologia própria, transformando a descoberta em potentes prepara- ções de vacinas que demonstraram inicialmente, primeiramente, evidência de atividade antitumoral em diferentes modelos experimentais com ratos. Atualmente, a Recombio continua desenvolvendo estes projetos de pesquisa com vacinas anti-câncer, por meio da produção de anticorpos monoclonais e vacinas nanovesicles relacionadas às mono-sialyl lactose ceramides (MSLC), conseqüentemente implementando um programa ambicioso de estudos clínicos, nos campos do câncer e de HIV/AIDS. A vacina 1E10 (Racotumomab) é uma das vacinas desenvolvidas e produzidas pelo CIM. A parceria foi estabelecida com a Recombio e outras farmacêuticas para o desenvolvimento de um grande estudo clí- nico (fase III) com o produto. Os parceiros para o desenvolvimento destes estudos são Eurofarma (www. eurofarma.com.br); Innogene Kalbiotech (www.innogene-kalbiotech.com); Laboratório Elea (www.elea. com) e o CIM (www.cim.sld.cu).

Sobre o Centro de Imunologia Molecular (CIM)

O Centro de Imunologia Molecular tem como principal missão obter e produzir novos biofármacos destinados ao tratamento do câncer e outras enfermidades crônicas não transmissíveis, e introduzi-los na Saúde Pública cubana; realizar a atividade científica e produtiva de maneira economicamente sustentá- vel e realizar aportes importantes para a economia do país. Inaugurado em dezembro de 1994 em Havana, o centro foi construído observando as boas práticas de fabricação adotadas por Cuba e recomendadas pela Organização Mundial de Saúde, particularmente aquelas adotadas também pelos países membros da Comunidade Européia. A edificação ocupa mais de 15 mil metros quadrados e lá trabalham de forma multidisciplinar cerca de 1000 profissionais, em sua maioria cientistas e engenheiros. Eles estão organizados administrativamente em três áreas principais: Pesquisa e Desenvolvimento e Clínica, Produção e Garantia da Qualidade. Atualmente o CIM fabrica produtos Biofarmacêuticos, tais como um anticorpo monoclonal “humanizado” que reconhece o receptor do Fator de Crescimento Epidérmico para o tratamento do câncer, Eritropoyetina humana recombinante para o tratamento da anemia, fator estimulante de Colônias granulocíticas para o tratamento da Neutropenia, assim como outros anticorpos para o estudo in vivo por imunogamagrafía de tumores em diferentes localizações.

Informações à imprensa: Gaspar&Associados Comunicação Empresarial Thais de Araujo / Guilherme Gaspar (11) 3037-3237 / 3213 thais@gaspar.com.br / guilherme@gaspar.com.br Lucas Guagnini Gerente de Comunicaciones – Grupo Chemo Argentina 0054 11 4809 2864 lgua@acaf.com.ar