Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas

O dia 26 de junho marca a data escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para conscientizar sobre esse problema.
Publicado em: 26 de junho de 2020  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a dependência em drogas lícitas ou ilícitas é uma doença. O uso indevido de substâncias como álcool, cigarro, crack e cocaína é um problema de saúde pública de ordem internacional que preocupa nações do mundo inteiro, pois afeta valores culturais, sociais, econômicos e políticos¹.

A Assembleia Geral das Nações Unidas decidiu proclamar 26 de junho como o Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, por meio da resolução 42/112 de 7 de dezembro de 1987, como expressão de sua determinação em reforçar a ação e a cooperação para alcançar o objetivo de uma sociedade internacional livre de droga, reconhecendo que, apesar de contínuos e crescentes esforços por parte da comunidade internacional, este problema continua a constituir uma ameaça grave para a saúde pública, a segurança e o bem-estar da humanidade, em particular os jovens².

Estima-se que cerca de 5,7% dos brasileiros sejam dependentes de drogas, índice que representa mais de 8 milhões de pessoas, segundo Levantamento Nacional de Famílias dos Dependentes Químicos (Lenad Família), feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)3. Entre as drogas ilícitas mais utilizados no país estão a maconha, com índice de consumo de 2,5% entre a população adulta e 3,5% entre os adolescentes, e a cocaína, com prevalência de consumo de 1,75%, que supera a dos Estados Unidos e atinge mais de quatro vezes a média mundial (0,4%), de acordo com o relatório da UNODC3

Tipos¹

  • Maconha - O uso crônico está associado a problemas respiratórios, já que a fumaça é irritante e seu teor de alcatrão é muito alto, além de conter benzopireno, substância cancerígena. As consequências do uso da maconha são semelhantes aos do tabaco: hipertensão, asma, bronquite, cânceres, doenças cardíacas e doenças crônicas obstrutivas aéreas. No caso de pessoas com transtornos psicóticos (pré-existentes) pode ocorrer um agravamento do quadro, como a esquizofrenia. Seu uso regular acarreta problemas cognitivos como o comprometimento do rendimento intelectual, perda de memória e da habilidade de resolver problemas. A abstinência é caracterizada pela ansiedade, insônia, perda de apetite, tremor das mãos, sudorese, reflexos aumentados, bocejos e humor deprimido.
  • Cocaína - É uma substância psico-estimulante, consumida de diferentes formas: aspirada, via intravenosa ou fumada (crack). O consumo da cocaína em grande parte dos usuários aumenta progressivamente, pois é necessário consumir maiores quantidades para atingir o efeito desejado. No Brasil, por exemplo, a cocaína é a substância mais utilizada pelos usuários de drogas injetáveis. Muitas dessas pessoas compartilham agulhas e seringas e expõem-se ao contágio de várias doenças como hepatite e Aids.

  • Crack - É resultante da mistura de cocaína, bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada, resultando em grãos que são fumados em cachimbos. O consumo do crack é maior que o da cocaína, pois é mais barato e seus efeitos duram menos. Além disso, tem terrível ação sobre o sistema nervoso central e cardíaco.

  • Anfetaminas - São drogas sintéticas de efeito estimulante do sistema nervoso central e só podem ser comercializadas sob prescrição médica. Um tipo de anfetamina ilícita não encontrada em farmácias é o êxtase. Seu uso indevido e prolongado pode provocar alterações psíquicas, lesões cerebrais e aumento do risco de convulsões, além da overdose.

  • Calmantes e sedativos - Os medicamentos capazes de diminuir a atividade do cérebro são chamados de sedativos, já os que são capazes de diminuir a dor são conhecidos como analgésicos. Os hipnóticos ou soníferos são os sedativos capazes de afastar a insônia, já os ansiolíticos têm o poder de atuar sobre estados exagerados de ansiedade.

  • Alcoolismo - é uma doença crônica, com aspectos comportamentais e socioeconômicos, caracterizada pelo consumo compulsivo de álcool, na qual o usuário se torna progressivamente tolerante à intoxicação produzida pela droga e desenvolve sinais e sintomas de abstinência, quando a mesma é retirada. Além da já reconhecida predisposição genética para a dependência, outros fatores podem estar associados: ansiedade, angústia, insegurança, fácil acesso ao álcool e condições culturais. 


Prevenção

A dependência química é um problema grave, que pode afetar qualquer pessoa. Por isso, estar sempre bem informado é a melhor maneira de evitar que a doença se instale e prejudique uma vida3. Muitas pessoas não entendem o porquê de outros indivíduos se tornarem viciados em drogas. Erroneamente, acredita-se que aqueles que usam drogas carecem de princípios morais ou força de vontade e que eles poderiam interromper o uso dessas substâncias em qualquer momento. Na verdade, o vício em drogas é considerado uma doença complexa e crônica, que requer tratamento3.
 
As drogas mudam o cérebro de uma maneira que torna o abandono dessas substâncias muito difícil, mesmo para aqueles que o desejam3. As alterações cerebrais que ocorrem desafiam o autocontrole da pessoa viciada e interferem em sua capacidade de resistir aos impulsos intensos de consumir drogas3. As mudanças cerebrais podem ser persistentes, razão pela qual o vício em drogas é considerado uma doença crônica, que leva a recaídas, pois quem está em recuperação têm um risco maior de voltar a usar drogas, mesmo depois de anos sem consumir nada3.

As mais exitosas abordagens de prevenção do uso de drogas incluem o papel essencial da família, da escola e da comunidade em geral no fortalecimento de fatores de proteção que garantam uma infância e uma adolescência saudáveis, livres de riscos e que ofereçam meios viáveis e legítimos de subsistência aos adultos4. Não existe uma solução única aplicável a todos os contextos, quando tratamos dos desafios do uso problemático de drogas4. Cada comunidade representa um conjunto único de problemas e circunstâncias3. Por isso, as melhores abordagens são aquelas medidas adaptadas às circunstâncias e elaboradas com a participação de todos os setores interessados da sociedade – desde as famílias e escolas até os locais prestadores de serviços de saúde e os operadores da lei4.



 

Fontes: 1. 20/02 - Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo – Biblioteca Virtual em Saúde. Ministério da Saúde. Último acesso no dia 22 de junho de 2020. 2. Dia Internacional da Luta contra o uso Indevido e o Tráfico de Drogas 2014 traz "Uma mensagem de esperança" – Organização Pan-Americana de Saúde. Último acesso no dia 22 de junho de 2020. 3.  Dia Internacional de Combate às Drogas - CURA – Centro de Ultrassonografia e radiologia SA. Último acesso em 10 de junho de 2021. 4. Campanha Mundial Sobre Drogas -  Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). Último acesso em 10 de junho de 2021.

 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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