Pesquisadores brasileiros desenvolvem primeiro biossimilar da América Latina
Publicado em: 23 de novembro de 2015  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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Medicamento produzido pela Eurofarma será utilizado em pacientes em quimioterapia 

São Paulo, novembro de 2015 – Pesquisadores da Eurofarma desenvolveram o primeiro medicamento biossimilar da América Latina para o uso em pacientes que apresentam o sistema imunológico comprometido pela realização de um transplante de medula óssea ou quimioterapia. Trata-se do Fiprima (filgrastim), biotecnológico utilizado para induzir o aumento das células de defesa do organismo, mais especificamente os neutrófilos, em portadores de alguns tipos de câncer, como o de mama e leucemia. O Fiprima restabelece a imunidade e evita o surgimento de doenças infecciosas oportunistas, que podem ser bastante graves em situação de imunocomprometimento.

Para Vanda Magalhães, gerente de Biotecnologia da Eurofarma e responsável pelo desenvolvimento do Fiprima, esse passo é um grande marco para a indústria farmacêutica nacional, pois é a primeira vez que uma companhia brasileira desenvolve um biossimilar utilizando tecnologia interna. “Iniciamos o projeto em 2006. Desenvolvemos e executamos todas as fases do procedimento, desde a construção do clone, desenvolvimento de processo até a metodologia analítica”, afirma. “Só para termos uma ideia da importância desse avanço, existem apenas 20 biossimilares no mundo, sendo um nos Estados Unidos e outros 19 em toda a Europa, com o primeiro deles tendo sido aprovado em 2006”, reforça a especialista.
Os medicamentos biotecnológicos começaram a ser produzidos e comercializados na década de 1980. Por ser resultado de uma proteína produzida por um ser vivo, o desenvolvimento desses produtos é bastante complexo e necessita de processos e tecnologias totalmente diferentes daqueles utilizados para o desenvolvimento de um medicamento sintético, que tem como base processos químicos. O que faz com que medicamento biotecnológico leve mais tempo e demande maior investimento para ser desenvolvido.

Durante os nove anos de pesquisa e desenvolvimento, a Eurofarma investiu mais de R$ 25 milhões no Fiprima. “A modificação do DNA de um organismo vivo, por meio de técnicas de engenharia genética, possibilita introduzir em células de bactérias ou leveduras, por exemplo, um gene que permite que esta célula passe a fabricar uma proteína que naturalmente não produziria”, diz Vanda.
Atualmente, os medicamentos biológicos consomem cerca de 51% dos gastos do Ministério da Saúde, mas devido ao seu elevado valor agregado, representam somente 4% dos medicamentos disponibilizados pelo governo para a população. Este cenário representa de forma emblemática a importância dos projetos biológicos para a Eurofarma. Além de serem produtos estratégicos, o envelhecimento da população deve causar um aumento de doenças como câncer e Alzheimer, entre outras. E o uso de medicamentos biológicos é uma tendência mundial no combate a estas patologias. “Esse projeto necessitou do desenvolvimento e captação de pessoas no mercado brasileiro com um conhecimento muito específico e, que até então, estava limitado às universidades. Quando partimos para o escalonamento industrial, isso se tornou ainda mais desafiador. Após nove anos de trabalho, todo o time foi recompensado com a publicação do primeiro biossimilar de produção nacional. Esta conquista reforça a vocação inovadora e pioneira da Eurofarma”, diz Martha Penna, vice-presidente de Inovação da companhia.

Fiprima foi aprovado pela Anvisa no último dia 20 de outubro. Antes da aprovação, o medicamento já havia sido avaliado como altamente similar ao produto comparador, fabricado pela Roche, por uma consultoria internacional, de acordo com guias do FDA, agência reguladora dos Estados Unidos.
Como faz parte do rol de medicamentos considerados estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS), a PDP (Parceria para o Desenvolvimento Produtivo) foi o mecanismo encontrado pelo governo para fomentar a nacionalização do produto, a competitividade e a autosuficiência. Neste modelo, a Eurofarma tem acordo formal e uma parceria em andamento com o Instituto Biomanguinhos para garantir o abastecimento ao mercado público e a transferência de conhecimento e tecnologia. O documento prevê a produção de 360 mil doses anuais e o medicamento deve estar disponível para a população brasileira no primeiro trimestre de 2016.

A Eurofarma também atenderá ao mercado privado, que segundo a auditoria IMS Health corresponde a 60% do mercado total. “Temos capacidade para atender ambos os mercados e estamos criando um bloco dedicado ao desenvolvimento e produção de medicamentos biotecnológicos no Complexo Industrial de Itapevi, também localizado no Estado de São Paulo”, conclui Martha.

Sobre a Eurofarma
O Grupo Eurofarma é a primeira multinacional farmacêutica brasileira, com capital 100% nacional e 43 anos de existência, reconhecido pela comunidade médica e sociedade por promover o acesso à saúde e à qualidade de vida com tratamentos a preço justo, qualidade e inovação. Reconhecido no Brasil e exterior, se posiciona com destaque no mercado ao atuar nos segmentos de Prescrição Médica, OTC, Genéricos, Hospitalar, Licitações, Oncologia, Serviços a Terceiros e Veterinária. Com um portfólio com mais de 200 produtos e 200 milhões de unidades vendidas somente no Brasil já está presente em 15 países: Argentina, Belize, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai. Considerada uma das melhores empresas para se trabalhar segundo o GPTW, conta com mais de 6.200 colaboradores, sendo 2.500 representantes, a maior força de propaganda médica do país. Com crescimento médio de 18% nos últimos 12 anos, atingiu em 2014 uma receita de R$ 2,6 bilhões e investe 6% das vendas líquidas em Pesquisa & Desenvolvimento. Para mais informações, acesse www.eurofarma.com.br

Informações à Imprensa: G&A Relações Públicas
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