Eurofarma, em parceria com a Univali, deposita a patente de seu primeiro produto de inovação radical
Publicado em: 28 de abril de 2008  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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São Paulo, 28 de abril de 2008 – Uma das três maiores indústrias farmacêuticas de capital nacional, a Eurofarma Laboratórios tem investido fortemente em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação, como uma de suas estratégias de crescimento e expansão para o mercado nacional e internacional. A empresa, em parceria com a Univali (Universidade do Vale do Itajaí), acaba de anunciar o depósito da patente de seu primeiro medicamento de inovação radical junto ao INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). Trata-se de um fitoterápico oral com atividades analgésica e antiinflamatória, à base de extrato seco de folhas de Aleurites moluccana.

Segundo a empresa, o lançamento do novo fitomedicamento está previsto para 2012. Parte dos estudos pré-clínicos já foi concluída em modelos animais, demonstrando boa tolerabilidade e uma importante atividade contra a dor, febre e outros sinais inflamatórios, mostrando-se inicialmente superior a alguns fármacos como ácido acetil-salicílico, paracetamol, indometacina e diclofenaco.

Nos próximos dois anos o objetivo da empresa será o de concluir os estudos pré-clínicos, com destaque para a avaliação do perfil de segurança do extrato padronizado de A.molucanna, além de preparar o caminho para o início dos estudos em humanos. As próximas fases incluem também os estudos para a produção dos comprimidos em escala industrial.

O projeto, de alta complexidade, é fruto inicial do trinômio Eurofarma, Univali e FINEP (Financiadora de Estudo e Projetos), empresa pública que co-financiou o projeto. Segundo o último edital da Bioinova, o projeto Aleurites conta agora com mais uma parceria: o CNPq aprovou um importante complemento financeiro para que as próximas fases. A patente acerca do fitoterápico reforça o concreto interesse das instituições envolvidas e consolida o interesse da empresa em atuar no mercado com medicamentos inovadores, frutos de desenvolvimento próprio. Segundo o Diretor de Inovação da Eurofarma, Wolney Alonso, há outros projetos a caminho. “Este é apenas o primeiro de outros que também envolvem a biodiversidade brasileira. Além disso, estamos sempre em busca de novas parcerias junto a universidades e instituições para o desenvolvimento de pesquisas inovadoras no país”, afirma.

Aleurites molucanna

A espécie Aleurites molucanna, popularmente conhecida como Nogueira da Índia, é uma árvore de origem asiática, introduzida no Brasil na década de 60 e difundida nas regiões Sul e Sudeste. A espécie vem sendo estudada pelos pesquisadores do NIQFAR (Núcleo de Investigações Químico Farmacêuticas) da Univali há mais de dez anos, sob liderança do Prof. Dr. Valdir Cechinel Filho. Por se tratar de uma espécie exótica, sem risco de extinção, a exploração da espécie vegetal foi considerada isenta da necessidade de autorização de acesso ao patrimônio genético.

“Os esforços e investimentos na descoberta, pesquisa e desenvolvimento de novos fármacos analgésicos e antiinflamatórios, com melhor relação risco x benefício, ainda se fazem necessários. E a fitoterapia é uma alternativa relevante diante dos medicamentos predominantemente sintéticos, ainda mais se levarmos em conta a grande biodiversidade do País, ainda não explorada satisfatoriamente” finaliza o executivo, Wolney Alonso.