15/05: Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares

Objetivo é conscientizar as autoridades sanitárias, diretores de hospitais e trabalhadores de saúde sobre o controle das infecções hospitalares

Publicado em: 13 de maio de 2020  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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Cenário

O dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares tem o objetivo conscientizar as autoridades sanitárias, diretores de hospitais e trabalhadores de saúde sobre a importância do controle das infecções hospitalares. Nesta data, o Ministério da Saúde e os serviços de saúde, em especial os hospitais, devem desenvolver campanhas de comunicação social e ações educativas com o objetivo de aumentar a consciência pública sobre o problema representado pelas infecções hospitalares e a necessidade de seu controle.1

As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são doenças graves e, têm um impacto econômico significativo para os pacientes e sistemas de saúde em todo o mundo. No entanto, a simples tarefa de limpeza das mãos no momento certo e da maneira correta, pode salvar vidas.2 Seguindo essa orientação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu as Diretrizes da OMS sobre Higiene das Mãos em Serviços de Saúde baseadas em evidências para auxiliar os serviços de saúde a melhorarem a higiene das mãos e assim reduzirem as IRAS.2

É importante ressaltar que a melhoria da higiene das mãos não é um conceito novo no âmbito da saúde. Muitos centros de saúde no mundo já possuem políticas e diretrizes bem estabelecidas e realizam programas regulares de formação nessa área. Medidas estão cada vez mais sendo tomadas para introduzir as preparações alcoólicas para a higiene das mãos no ponto de assistência, no entanto, a sustentação de melhorias de longa duração continua sendo difícil e, muitos estabelecimentos de saúde em todo o mundo ainda não começaram a abordar a melhoria da higiene das mãos de uma forma sistemática. Isso se deve a inúmeras restrições, nomeadamente relativas às próprias infraestruturas e recursos necessários para que a atenção se volte para a melhoria da higiene das mãos.2 

Orientações dos órgãos competentes

Em 2005, o Departamento de Segurança do Paciente da OMS lançou o Primeiro Desafio Global para a Segurança do Paciente “Uma Assistência Limpa é Uma Assistência Mais Segura” para reforçar o foco internacional e a ação sobre a questão crítica da segurança do paciente, as IRAS e o papel central da adesão à higiene das mãos por profissionais de saúde na redução dessas infecções.2

Em 2009, o Departamento de Segurança do Paciente da OMS lançou uma extensão desse programa; SALVE VIDAS: Higienize suas Mãos, uma iniciativa que visa garantir um foco contínuo global, regional, nacional e local sobre a higiene das mãos nos serviços de saúde. Em particular, SALVE VIDAS: Higienize suas Mãos fortalece o “Meus 5 Momentos para a Higiene das Mãos” como abordagem-chave para proteger o paciente, o profissional de saúde e o ambiente assistencial contra a propagação de patógenos e, assim, reduzir as IRAS.2

Essa abordagem incentiva os profissionais de saúde a higienizarem suas mãos (1) antes de contato com o paciente; (2) antes da realização de procedimento limpo/asséptico; (3) após risco de exposição a fluidos corporais; (4) após contato com o paciente; e (5) após contato com as áreas próximas ao paciente, conforme a figura aprentada abaixo:2

 



Fonte:  Adaptado de OMS – Guia de Implementação – Meus 5 Momentos para Higiene das Mãos2

Pacientes e visitantes também são peças importantes para evitar a disseminação de infecções. Os pacientes devem seguir as orientações dos profissionais de saúde quanto aos cuidados na manutenção dos dispositivos invasivos, por exemplo. Além disso, os pacientes podem funcionar como verdadeiros fiscais das ações de prevenção, exigindo a higiene das mãos dos profissionais de saúde nos 5 momentos da assistência.3

Com relação aos visitantes, os mesmos podem auxiliar os pacientes no entendimento das orientações dos profissionais de saúde sobre as medidas de prevenção e controle das infecções hospitalares e, é muito importante que sejam orientados que podem transmitir doenças infecciosas para o paciente durante a visita, agravando o quadro clínico. Dessa forma, o visitante não deve realizar as visitas se estiver doente, como por exemplo, resfriado ou com gripe, pneumonia, conjuntivite, diarreia ou lesões de pele suspeitas.3

Além do processo de fiscalização praticado pelos pacientes e visitantes com o intuito de evitar a disseminação de infecções hospitalares, é imprescindível que todos adotem como prioridade a prática de higiene das mãos para a prevenção das IRAS nos serviços de saúde.4 Essa higienização pode ser feita tanto com água e sabão, quanto pela fricção alcoólica das mãos com álcool a 70%, o qual deve estar disponível em todo o hospital. Para que a higienização das mãos possa ser mais efetiva, é importante que os adornos sejam retirados (por exemplo, anéis, pulseiras e relógios), para facilitar o contato da água ou do álcool com a superfície da pele que está sendo higienizada.5

A figura abaixo ilustra o passo a passo correto de higienização das mãos:



Fonte: Adaptado de ANVISA – Cartaz: Como fazer higiene das mãos com preparação alcoólica e com sabonete líquido e água.6

Dados

Baseadas em evidências da literatura, medidas para prevenção de IRAS devem ser adotadas em todos os estabelecimentos de assistência à saúde, quer no âmbito hospitalar, em estabelecimentos de cuidados de pacientes crônicos, ou na assistência domiciliar. Pesquisas mostram que, quando os estabelecimentos de assistência à saúde e suas equipes conhecem a magnitude do problema das infecções e passam a aderir aos programas para prevenção e controle de IRAS, redução de até 70% pode ocorrer para algumas das Infecções relacionadas à Assistência à Saúde, como por exemplo, para as infecções da corrente sanguínea.7

Aproximadamente 20% a 30% das IRAS são consideradas preveníveis através de programas de controle e higiene intensivos, segundo o European Centre for Disease Prevention and Control.7 No Brasil, estima-se que a taxa de infecções hospitalares atinja 14% das internações, de acordo com o Ministério da Saúde. Um estudo da OMS demonstrou que a maior prevalência dessas infecções ocorre em unidades de terapia intensiva, em enfermarias cirúrgicas e alas de ortopedia.8

Cerca de 90% das infecções hospitalares são causadas por bactérias, 9% por fungos e 1% por vírus e protozoários. A grande maioria desses microrganismos estão presentes em nossa própria pele, intestino ou vias aéreas, sendo seres com os quais convivemos desde o nosso nascimento.9

Apesar do número de taxa de infecções ainda alto, tivemos um avanço significativo na adesão dos hospitais à vigilância e à notificação dos dados de infecção. Em 2018, mais de 2.200 hospitais com leitos de UTI, onde está o maior grupo de risco de infecção, notificaram seus dados para a Anvisa, enquanto em 2009 eram apenas 1.000. Esses hospitais notificam todos os meses os dados de infecção e de resistência microbiana de pacientes internados em UTI.4

É muito importante ressaltar que além de evitar as infecções hospitalares, de acordo com a OMS, o simples ato de lavar as mãos reduz em até 40% o risco de contrair doenças como gripe, diarreia, infecção estomacal, conjuntivite e dor de garganta. É a rotina mais simples e eficaz na prevenção e controle da disseminação de microrganismos e deve ser realizada sempre após tossir, espirrar, mexer com dinheiro, usar o banheiro, limpar o nariz e cumprimentar pessoas.10

 

 

 

 

Fontes: 1. Lei nº 11.723/2.008 2. OMS - Guia para a Implementação da Estratégia Multimodal da OMS para a melhoria da Higiene das Mãos – publicado 2009 3. O que são Infecções Hospitalares e como evitá-las? ALBERT EINSTEIN. Acessado em: 07/05/2020 4. Taxa de infecções hospitalares no Brasil atinge 14% das internações - MEDICINA S/A – Acessado em: 07/05/2020 5. 15/5: Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitales - MINISTÉRIO DA SAÚDE (Biblioteca Virtual em Saúde). Acessado em: 07/05/2020 6. ANVISA – Acessado em: 06/05/2020 7.  ANVISA – Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Saúde (2016-2020) 8. No Brasil, taxa de infecções hospitalares atinge 14% das internações -AGÊNCIA BRASIL – Acessado em: 06/05/2020 9. Couto RC, Pedrosa TMG, Nogueira JM. Infecção Hospitalar: epidemiologia e controle. 2ª ed. Rio de Janeiro (RJ): Medsi; 1999. 10. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o simples ato de lavar as mãos reduz em até 40% o risco de contrair doenças como gripe, diarreia, infecção estomacal, conjuntivite e dor de garganta - SP SAÚDE – Acessado em: 07/05/2020



Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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