A relação entre asma e esporte

Natação é o exercício mais recomendado pelos médicos e outros profissionais de saúde

Publicado em: 31 de julho de 2019  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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A asma é considerada um problema de saúde pública e, sendo assim, é enfrentada em todo o mundo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a prevalência média da asma no Brasil é de 20%. Entre as doenças, ela é a quarta maior causadora de hospitalização no País. A asma é entendida como uma doença crônica e de caráter recorrente às vias aéreas¹

 estudos da Health Latin América, de 2001, afirmam que uma das características predominantes da doença é que, em cinquenta por cento dos casos, ela aparece antes dos dez anos de idade, tendo maior incidência sobre crianças do sexo masculino¹E, entre as diversas alternativas de tratamento da asma, muitos estudos apontam para os benefícios proporcionados pelas atividades físicas, especialmente a natação em sintonia com os exercícios respiratórios¹  

Embora haja uma percepção de que a atividade física é entendida como fator negativo ao indivíduo asmático, estudos apontam que a prática correta de atividades físicas é benéfica aos portadores da doença, uma vez que esses exercícios ajudam a melhorar a mecânica respiratória e a eficácia da ventilação pulmonar¹. Observa-se que entre os estudos – artigos e sites da Internet sobre portadores de asma que praticam exercícios –, predominam aqueles sobre atividades cuja prática ocorre em piscinas¹.  

A maioria das pessoas que têm asma mal controlada, terá sintomas durante o exercício. Algumas pessoas podem ter sintomas de asma somente durante a atividade física, esta forma de asma é chamada de asma induzida por exercício². Os sintomas comuns da asma que podem ocorrer também durante o exercício são tosse, chiado, falta de ar, dor ou aperto no peito, e cansaço². Esses sintomas da asma podem ocorrer durante atividade física vigorosa, mas geralmente começam 5-10 minutos depois de parar a atividade². Se o exercício leva a sintomas da asma ou não, vai depender de seu condicionamento físico, da intensidade da atividade e do ambiente em que você se exercita².   

Natação 

A natação incorpora conceitos de reeducação no comportamento do indivíduo, no meio aquático, enfrentando situações novas e, a cada dificuldade superada, constatando um progresso na sua eficiência¹. A natação é de extrema importância para o desenvolvimento das qualidades físicas, relaxamento, controle respiratório, melhoria dos problemas posturais, controle corporal e das habilidades aquáticas¹. Além desses objetivos físicos, encontramos aqueles de ordem orgânica, sendo eles: resistência cardiovascular, resistência do sistema respiratório, expansão pulmonar e desenvolvimento do sistema muscular¹.   

Na natação, o ar inalado é mais quente e úmido; este é um dos fatores de que esta atividade física provoca menos broncoespasmo, sendo o exercício mais recomendado pelos médicos e outros profissionais de saúde³. A respiração submersa encontra na água uma resistência ideal para manter por muito tempo a abertura dos brônquios, evitando o fenômeno de ‘ar retido’³. A reeducação da mecânica respiratória também pode ser obtida. Além disso, evita o ressecamento das vias aéreas, devido à respiração de ar mais úmido no ambiente próximo à piscina.³   

Na natação, a ventilação pulmonar deve ser mais eficiente e por isso deve-se trabalhar a resistência aeróbica, tornando o asmático capaz de suportar um esforço de longa duração numa intensidade moderada¹. Este trabalho virá aumentar a capacidade ventilatória pulmonar³ crianças asmáticas cujas crises, com a prática da natação, tendem a diminuir, podendo até mesmo desaparecer³.  

 

 
 
Fontes: 1. ASMA, NATAÇÃO E EXERCÍCIOS RESPIRATÓRIOS PARA CRIANÇAS – UFPB (Universidade Federal da Paraíba). Último acesso em 25 de julho de 2019.  2. A relação da Asma com atividade física em crianças e adultos - American Thoracic Society. Último acesso em 25 de julho de 2019.  3. Jacques, GP, Silva, OJ. (1997). Influência da natação como coadjuvante terapêutico no tratamento de crianças asmáticasRevista Brasileira de Medicina do Esporte3(1), 15-21. Último acesso em 25 de julho de 2019.  

 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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