Acidente Vascular Cerebral (AVC)

O AVC é uma das condições mais frequentes em serviços de emergência 

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Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a doença que mais mata os brasileiros, sendo a principal causa de incapacidade no mundo1. Aproximadamente 70% das pessoas não retorna ao trabalho após um AVC devido às sequelas e 50% ficam dependentes de outras pessoas no dia a dia1. Apesar de atingir com mais frequência indivíduos acima de 60 anos, o AVC pode ocorrer em qualquer idade, inclusive nas crianças1. O AVC vem crescendo cada vez mais entre os jovens, atingindo 10% de pacientes com menos de 55 anos e a Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization) prevê que uma a cada seis pessoas no mundo terá um AVC ao longo de sua vida1. Ela ainda corresponde a terceira maior causa de mortalidade nos Estados Unidos e é responsável pelo custo médio de 19 bilhões de dólares por ano no que diz respeito à perda de produtividade e despesas médicas secundárias2.   

A expressão AVC refere-se a um conjunto de sintomas de deficiência neurológica que duram ao menos 24 horas e resultam de lesões cerebrais provocadas por alterações de irrigação sanguínea3. É caracterizada pelo início agudo de um problema neurológico que persiste por pelo menos 24 horas, refletindo envolvimento focal do sistema nervoso por um distúrbio na circulação sanguínea cerebral3. Os AVC’s são classificados como hemorrágico ou isquêmico, sendo o último o mais frequente - corresponde a 85% dos casos4.  

Causas 

Acidente vascular cerebral isquêmico (AVEI): Pode ser causado por embolia ou trombose arterial, e é subdividido de acordo com a duração em relação a2: 

  • Ataque isquêmico transitório (AIT): apresenta quadro agudo com perda de função de uma região encefálica ou retiniana (relativo à retina do olho), regredindo em menos de 24 horas, atribuindo a suprimento sanguíneo inadequado nas artérias; 
  • Déficit neurológico isquêmico reversível: ocorre quando a reversão do quadro neurológico se dá em tempo superior a 24 horas e inferior a três semanas; 
  • AVE em progressão: ocorre quando o déficit focal piora ou melhora, dentro de um período de tempo. Por isso, nestes casos, torna-se necessária uma reavaliação periódica do paciente em 30 a 60 minutos; 
  • Infarto cerebral ou AVE completo: ocorro quando o déficit neurológico persistir por mais de três semanas.  

Acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCH)2:  

  • Hemorragia intracerebral: corresponde a presença hematoma levando a sinais e sintomas neurológicos secundários; 
  • Hemorragia subaracnóidea: neste caso não são observados hematomas, somente se houver complicações posteriores. 

As lesões podem ser provocadas por um enfarte, devido a isquemia ou hemorragia, resultado de um comprometimento da função cerebral2. Isso pode ocorrer de forma súbita (devido à presença de fatores de risco vascular) ou por defeito neurológico focal (aneurisma)3 

Sintomas 

É necessário identificar os sinais de alerta, que entre eles destacam-se4: 

  • Fraqueza/formigamento na face/braço ou perna em apenas um lado do corpo; 
  • Confusão, alteração da fala ou compreensão; 
  • Alteração na visão (em um ou ambos os olhos); 
  • Alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou no andar; 
  • Dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.  

Diagnóstico 

É feito quando o paciente apresentar início súbito de déficit focal, com ou sem alteração no nível de consciência4. A presença de fatores de risco para doenças vasculares deve ser investigada (sendo a Hipertensão Arterial Sistêmica o fator de risco mais importante para lesões isquêmicas e hemorrágicas)4. A tomografia do crânio é o método de imagem mais usado para avaliação inicial do AVC isquêmico agudo, demonstrando sinais precoces de isquemia4.

Fatores de risco 

Entre os principais fatores de risco estão3 a arteriosclerose (doença degenerativa da artéria); hipertensão arterial; tabagismo; colesterol elevado; diabetes mellitus; obesidade; doenças das válvulas e arritmias cardíacas; dilatações do coração; hereditariedade; sedentarismo; uso de anticoncepcionais orais e idade. 

Tratamento 

O tratamento vai depender do tipo do AVC, do nível de acometimento, do histórico do paciente e do quadro clínico4. Desta forma, a melhor maneira é com a avaliação médica4.  

Prevenção

Existem fatores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolvimento da doença, mas muitos deles podem ser prevenidos com tratamento médico ou até mesmo mudanças no estilo de vida3

 


Fontes: 1. Acidente Vascular Cerebral. Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares. Último acesso em 19 de agosto de 2021. 2. Acidente Vascular Cerebral. Revista Brasileira de Medicina. BRAGA, Jorge Luiz; ALVARENGA, Regina M. P.; NETO, João B. Mascarenhas de Moraes. Último acesso em 19 de agosto de 2021. 3O acidente vascular cerebral. CANCELA, Diana Manuela Gomes. Último acesso em 19 de agosto de 2021. 4. Acidente Vascular Cerebral. Ministério da Saúde. Último acesso em 19 de agosto de 2021.

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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