Conheça a endometriose

Uma doença ginecológica definida pela presença de células do endométrio, camada interna do útero

Publicado em: 9 de março de 2020  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
  • Para compartilhar
Ouvir o texto Parar o Audio

A endometriose é uma doença ginecológica definida pela presença de células do endométrio, camada interna do útero, fora deste órgão¹.  É diagnosticada quase que exclusivamente em mulheres em idade reprodutiva. Mulheres na pós-menopausa representam somente 2% - 4% de todos os casos submetidos à laparoscopia por suspeita de endometriose¹.  

Como não há correlação entre os sintomas e grau da doença, e como para confirmação diagnóstica, é necessária a realização de procedimento invasivo – laparoscopiaa prevalência desta doença é subestimada. Estima-se uma taxa de ocorrência da doença na população feminina em geralestá em torno de 10%. Em mulheres inférteis, estes valores podem chegar a índices altos (30% - 60%)¹. Presupõe-se que o número de mulheres com endometriose seja de sete milhões nos EUA e de mais de 70 milhões no mundo2. Em países industrializados, é uma das principais causas de hospitalização ginecológica².  As localizações mais comuns envolvidas na doença são ovários, fundo de saco posterior e anterior, folheto posterior do ligamento largo, ligamentos uterossacros, útero, tubas uterinas, cólon sigmoide, apêndice e ligamentos redondos¹. 

A causa da endometriose ainda não foi totalmente elucidada. Há teorias que relacionam o fluxo da menstruação em direção as trompas, e daí para a cavidade endometrial, deixando focos de endométrio fora do útero³. Junto a isso, uma susceptibilidade especifica da mulher, vinda de alterações genéticas que predispõem a doença³. E ainda alterações no sistema imunológico que causam exacerbação de reação inflamatória ao redor desse tecido, resultando em aderências, fibroses e o quadro clínico centrado na dor³. Por fim, há a teoria de que algumas mulheres já nasceram com células que deveriam pertencer ao endométrio, fora dele, processo que ocorreu durante a formação do embrião³. 

Várias características individuais (história familiar de endometriose, menarca precoce e exposição à circulação de hormônios esteroides, índice de massa corporal durante a infância tardia e início da adolescência), características do estilo de vida e fatores ambientais estão provavelmente relacionados com o desenvolvimento da endometriose4.  Uma história familiar positiva pode ser associada à endometriose, mas não está claro se esta associação pode ser explicada por mecanismos genéticos, elementos ambientais ou apenas uma maior consciência global4. 

O principal sintoma é a dor pélvica, associada ou não ao período menstrual³. Pode haver dor no ato sexual, ou até dor à evacuação ou a micção, em especial se houver as regiões do intestino ou da bexiga afetadas³. Porém, é frequente a ausência de sintomas clínicos, sendo a única manifestação a dificuldade de engravidar, ou mesmo achados em exames de imagem, pedidos por qualquer outro motivo³.O tratamento pode envolver medicamentos orais ou injeções, cirurgia, e também fisioterapia e outras terapias que possam contribuir para o alívio dos sintomas³.  Toda a mulher com sintomas de dor pélvica, cólicas intensas no período menstrual ou dor durante e após a relação sexual deve procurar um ginecologista para diagnóstico e tratamento adequado.  

 

 

Fontes:  1. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Endometriose – Ministério da Saúde. Último acesso 12 de fevereiro de 2020; 2.  Revista da Associação Médica Brasileira. Aspectos epidemiológicos e clínicos da endometriose pélvica – uma série de casos. BELLELIS, Patrick; DIAS JE, João Antônio; PODGAEC, Sérgio; GONZALES, Midgley; BARACAT EDMUND, Chada; ABRÃO, Maurício Simões. Último acesso 12 de fevereiro de 2020; 3. Endometriose – Protocolos Febrasgo. Último acesso 17 de fevereiro de 2020.; 4.  Endometriose diagnóstico e tratamento clínico – Universidade Federal do Ceará. Último acesso 12 de fevereiro de 2020.   

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
  • Para compartilhar
Você achou esse conteúdo útil?