Cólica menstrual
Você sabia que 3 em cada 4 mulheres sentem dor no período menstrual, ainda que em intensidades diferentes?
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Também conhecida como dismenorreia, é juntamente com a tensão pré-menstrual um conjunto de sintomas associados à menstruação. É causada principalmente por um aumento relativo da produção de prostaglandinas. Recebia pouca importância e era frequentemente desprezada como sintoma físico, sendo caracterizada somente por uma condição emocional ou psicológica da mulher. Contudo, com o aumento dos estudos sobre a mulher, a dor ganhou outra dimensão e consideração: 75% das mulheres sentem cólica em intensidades diferentes, e podem até ter enjoos ou desmaiar.

Estão sempre localizadas no baixo ventre e podem se confundir com cólicas intestinais, já que a prostaglandina também age no intestino, deixando-o mais irritável. São divididas em dois tipos, primárias e secundárias. A dismenorreia primária é mais frequente em adolescentes e não está associada a alguma doença ginecológica. Já a secundária é mais frequente em mulheres a partir dos 20 anos e pode estar ligada a endometriose, miomas ou infecções.

Causas

A cólica é o resultado de contrações do útero para expelir a preparação de uma gravidez que não aconteceu. O organismo precisa eliminar o sangue e as contrações são importantes para que todo o tecido uterino saia. A cólica pode acometer mulheres jovens com mais intensidade pelo fator físico: com o útero ainda pequeno e o orifício de saída mais fechado, há menos espaço para o sangue sair e assim, a prostaglandina atua com mais intensidade, aumentando as contrações uterinas. Com o crescimento do útero, especialmente em mulheres que já tiveram filhos, o colo uterino fica mais aberto e facilita a passagem do sangue, reduzindo as ocorrências de cólica. Há ainda alguns fatores de risco para cólicas mais intensas ou frequentes:

  • Primeira menstruação antes dos 12 anos;
  • Índice de massa corporal menor que 20 ou maior que 30;
  • Menstruação volumosa ou que dura muitos dias;
  • Ciclos menstruais irregulares;
  • Tabagismo;
  • Histórico familiar;
  • Não ter gerado filhos.

Sintomas

Um dos pontos mais importantes é diferenciar a cólica menstrual, que acontece durante a menstruação e tem apenas sintomas físicos, da TPM, que ocorre antes da menstruação e tem sintomas físicos e psicológicos.

Entre os sintomas físicos mais frequentes desse período do ciclo estão também a dor de cabeça, que pode ocorrer tanto durante a menstruação quanto na TPM e é bastante similar à enxaqueca. Com a alteração dos níveis de estrogênio no corpo, a pressão no cérebro também pode mudar, causando a dor de cabeça e até mesmo alguns pontinhos de luz na visão. Muitas mulheres inclusive procuram deitar-se em um quarto escuro para ajudar na recuperação, tanto da cólica quanto da dor de cabeça. Outros sintomas também identificados são náuseas, suores, diarreia, tonturas e cansaço.

Se quiser saber mais sobre TPM confira este link.

Tratamento

Existem tratamentos caseiros, como bolsa de água quente, que é vaso dilatador e ajuda a reduzir a intensidade da dor, e há também os tratamentos clínicos, como o uso de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios. Muitas mulheres também recorrem ao anticoncepcional para regulação dos hormônios e uma menor oscilação dos níveis do estrogênio. Mas é importante ressaltar que todo tratamento clínico deve ser indicado por um médico.

Outras práticas importantes em tratamento e prevenção para cólicas mais intensas são:

  • Exercícios físicos: regulares, aeróbicos ou de baixo impacto, como caminhada ou yoga, funcionam como analgésicos naturais.
  • Alimentação: durante o período de cólicas invista em alimentos com propriedades anti-inflamatórias, como tomate, azeite de oliva, nozes, frutas vermelhas e frutas cítricas. O chocolate pode ajudar, mas prefira a versão meio amargo, pois o açúcar propicia inflamações. Evite alimentos processados e com muitos conservantes, e mantenha-se hidratada, seja com água ou alimentos como pepino e melancia.

Acrescente um suplemento de vitaminas do complexo B e B6, que ajudam a evitar o inchaço. Por último, evite estimulantes como o café e refrigerantes a base de cola, pois contém cafeína, uma substância que contrai os vasos do endométrio e que pode aumentar o mal-estar.




Fontes: 1. Endometriose. Febrasgo. Último acesso em 26 de agosto de 2021. 2. Bernardes J. Dor pélvica e dismenorreia. Manual de Ginecologia da Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e Ginecologia. 2009;1:167-184. FSPOG. Último acesso em 26 de agosto de 2021.

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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