Cuidados com a leptospirose

Na época de chuvas intensas, os riscos de contrair doenças infecciosas aumentam

Publicado em: 31 de janeiro de 2020  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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Com as chuvas intensas, na época do verão, ocorre o aumento de áreas alagadas e, consequentemente, os riscos de se contrair doenças infecciosas coma leptospirose aumentam. Mas do que se trata essa doença e o que fazer para evitar a infecção? Veja mais abaixo.  

O que é leptospirose? 

É uma doença infecciosa causada pela bactéria chamada Leptospira presente na urina do rato e outros roedores¹A leptospirose é um importante problema de saúde pública no Brasil, e em outros países tropicais em desenvolvimento, devido à alta incidência nas populações que vivem em aglomerações urbanas sem a adequada infraestrutura sanitária². Esses fatores, associados às estações chuvosas e às inundações, propiciam a disseminação e a persistência das Leptospiras no ambiente². 

A leptospirose tem elevada incidência no Brasil e que atinge, na sua maioria, pessoas na faixa etária produtiva, dos 20 aos 49 anos². São notificados em média 13.000 casos por ano, sendo 3.500 confirmados e a letalidade média é de 10,8%².   

Como se pega a leptospirose?  

Em situações de inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à água e à lama¹. Qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama contaminada poderá ser infectado¹. A bactéria Leptospira penetra no corpo pela pele, principalmente se houver algum ferimento ou arranhão¹  

Quais os sintomas?  

São sintomas parecidos com os de outras doenças, como por exemplo, da gripe, apresentando: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo e principalmente nas panturrilhas (batata da perna), podendo também ocorrer icterícia (coloração amarelada da pele e das mucosas)¹. Nas formas mais graves são necessários cuidados especiais, inclusive assistência hospitalar¹  

Ao manifestar os sintomas, o que fazer? 

Se você apresentar febre, dor de cabeça e dores no corpo, alguns dias depois de ter entrado em contato com as águas ou lamas de inundações ou esgoto, procure imediatamente um médico¹. Conte a ele seu contato com água ou lama de inundações¹. Somente o médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a doença¹. A leptospirose é uma doença curável, e o diagnóstico e o tratamento precoces são a melhor solução¹  

O período de incubação da doença, ou seja, o tempo entre a contaminação e a apresentação dos sintomas varia de 1 a 30 dias, sendo mais frequente entre 5 e 14 dias²   

Como evitar a doença?  

Evite o contato com água ou lama de inundações e impeça que crianças nadem ou brinquem em ambientes que possam estar contaminados pela urina dos ratos¹. Ações de educação e higiene sanitária no domicílio são fundamentais¹. Pessoas que trabalham na limpeza de lamas, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha (se isto não for possível, usar sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés)¹. Também são necessárias medidas ligadas ao manejo ambiental, como o controle de roedores, saneamento básico (abastecimento de água, lixo e esgoto) e melhorias nas habitações humanas¹.    

Se o contato com a água contaminada for inevitável, a única forma de reduzir riscos à saúde é permanecer o menor tempo possível em contato com essas águas e se higienizar com água não contaminada e sabão o mais rápido possível após contato¹. Se houver inundações das residências, após as águas baixarem será necessário lavar e desinfetar a caixa d’água, o chão, as paredes e os objetos caseiros com, por exemplo, água sanitária¹.  

As roupas que entraram em contato com essas águas deverão ser muito bem lavadas e, preferencialmente fervidas¹. Todo alimento que teve contato com água contaminada deve ser jogado fora, pois pode ter sido contaminado aumentando o risco de transmitir a doença¹  

Como é feito o tratamento? 

O tratamento é baseado no uso de antibióticos, hidratação e suporte clínico, orientado sempre por um médico, de acordo com os sintomas apresentados¹Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial, mas, nos casos graves, a hospitalização deve ser imediata, visando evitar complicações e diminuir a letalidade³. A automedicação não é indicada³. Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco³. 

 

Fontes:  1. Leptospirose – O que saber sobre a doença e o que fazer – Secretaria do Estado da Saúde – Governo de São Paulo. Último acesso em 30 de janeiro de 2020.  2. Leptospirose – diagnóstico e manejo clínico– Ministério da Saúde. Último acesso em 30 de janeiro de 2020.  3. Leptospirose: o que é, causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção – Ministérios da Saúde.Último acesso em 30 de janeiro de 2020. 
Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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