Cuidados com hipertensão arterial

Também conhecida como pressão alta e pode causar sérios danos ao organismo.

Publicado em: 13 de maio de 2019  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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Hipertensão arterial é uma doença definida pela persistência de pressão arterial acima do normal, sendo hoje considerada um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares e cerebrovasculares¹A hipertensão arterial sistêmica também conhecida como “pressão alta”, pode causar sérios danos ao organismo do indivíduo². Por isso, considera-se essencial que o hipertenso adote hábitos de vida saudáveis para manutenção e controle dos níveis pressóricos, minimização dos agravos da doença e melhorias da qualidade de vida².  

A hipertensão arterial se associa frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e à alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não-fatais¹. É fator de risco para insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência renal crônica, aneurisma de aorta e retinopatia hipertensiva¹Quando associada a outros fatores de risco como diabetes, obesidade, sedentarismo e tabagismo, os níveis pressóricos podem ser ainda mais elevados e as consequentes lesões de órgãos-alvo ainda mais graves¹.  

Fatores de risco¹  

     Idade - O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial e, aqui no Brasil, vem ocorrendo de forma bastante acelerada. Com o evoluir da idade, aumenta a incidência de doenças crônicas, e, dentre elas, a mais prevalente é a hipertensão arterial sistêmica, que afeta mais de 60% dos indivíduos nesta faixa etária, aumentando progressivamente com o passar dos anos e atingindo mais mulheres e negros;

Sexo e etnia - Dados da literatura indicam que o sexo não representa fator de risco para hipertensão, mostrando que a prevalência global entre homens é bastante próxima. Os afrodescendentes apresentam prevalência consideravelmente maior que indivíduos brancos;

Fatores socioeconômicos - Estudos mostram que há uma maior ocorrência de hipertensão arterial entre indivíduos de nível socioeconômico mais baixo e este fato pode estar associado aos hábitos dietéticos desta população (maior consumo de sal e álcool); índice de massa corpórea aumentado; maior estresse psicossocial; menor acesso aos cuidados de saúde e menor nível de escolaridade;

Ingestão de sal - Sabe-se que aproximadamente 50% dos hipertensos são sensíveis ao sal e o uso exagerado deste está associado ao maior risco de hipertensão. Ingestão aumentada de sódio tem sido observada em populações com baixo nível socioeconômico;

Obesidade - Existem vários estudos mostrando a associação entre obesidade e a presença de hipertensão arterial, mas esta relação ainda não está completamente explicada. Talvez esta relação possa ser explicada pela resistência à insulina, aumento da absorção renal de sódio, ativação do sistema nervoso simpático e aumento da resistência vascular periférica. Calcula se que 20 a 30% dos casos de hipertensão estejam diretamente associados ao excesso de peso e que 75% dos homens e 65% das mulheres apresentem hipertensão diretamente atribuível ao sobrepeso ou obesidade;

Álcool - O consumo de álcool tem um efeito bifásico na pressão arterial. Pequenas quantidades diminuem seus valores, provavelmente devido ao efeito vasodilatador. No entanto, o uso contínuo e crônico faz os níveis de pressão aumentarem e diminui a eficácia dos anti-hipertensivos;

     
Sedentarismo - O sedentarismo é um problema fundamental de saúde pública no mundo e contribui com a epidemia crescente de obesidade e aumento da ocorrência de doenças como hipertensão. O sedentarismo aumenta o risco de hipertensão em 30% quando comparado com indivíduos ativos, e a atividade aeróbica tem efeito hipotensor mais acentuado em indivíduos hipertensos do que em normotensos

Controle  

Existem algumas medidas de prevenção para a hipertensão arterial que podem ser adotadas desde a infância e adolescência. A ênfase e importância destas medidas estão na abordagem familiar e mudanças no estilo de vida². O controle do peso, manutenção de uma dieta balanceada, prática de exercícios físicos regulares são algumas medidas simples que, se implementadas desde fases precoces da vida, reduzem o risco de desenvolvimento de complicações cardiovasculares nestes indivíduos².  

Diagnóstico 

O diagnóstico consiste na média aritmética da pressão arterial maior ou igual a 140/90mmHg, verificada em pelo menos três dias diferentes com intervalo mínimo de uma semana entre as medidas, ou seja, soma-se a média das medidas do primeiro dia mais as duas medidas subsequentes e divide-se por três³. A constatação de um valor elevado em apenas um dia, mesmo que em mais do que uma medida, não é suficiente para estabelecer o diagnóstico de hipertensão³. Deve-se evitar verificar a PA em situações de estresse físico (dor) e emocional (luto, ansiedade), pois um valor elevado, muitas vezes, é consequência dessas condições³. O exame físico da pessoa com hipertensão arterial é muito importante e não somente classifica a pressão arterial, como pode detectar lesões de órgão-alvo e identificar outras condições que, associadas, aumentam a morbimortalidade e influenciam no tratamento³.  

Tratamento  

O tratamento não medicamentoso é parte fundamental no controle da hipertensão arterial e de outros fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV), como obesidade e dislipidemia³. Esse tratamento envolve mudanças no estilo de vida (MEV) que acompanham o tratamento do paciente por toda a sua vida, adotando hábitos saudáveis como alimentação, diminuição do consumo de álcool, prática de atividade física, controle do peso e abandono do tabagismo³.

Quando a pessoa não se mostra motivada no processo de mudança de hábitos, o uso de anti-hipertensivos deve ser oferecido, de acordo com o método clínico centrado na pessoa³. O tratamento medicamentoso utiliza diversas classes de fármacos selecionados de acordo com a necessidade de cada pessoa, com a avaliação da presença de doenças simultâneas, lesão em órgãos-alvo, história familiar, idade e gravidez³. Frequentemente, pela característica multifatorial da doença, o tratamento da hipertensão arterial requer associação de dois ou mais anti-hipertensivos³. 

 

 
 
 
Fontes: 1. Manual de Orientação Clínica HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) - Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo - 2011. Último acesso no dia 07 de maio de 2019. 2. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA O ENFRENTAMENTO DA DOENÇA. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA. Último acesso no dia 07 de maio de 2019. 3. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Último acesso no dia 07 de maio de 2019. 

 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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