Doença pulmonar obstrutiva crônica

Conhecida pela sigla DPOC, a doença envolve bronquite crônica e enfisema pulmonar

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A doença pulmonar obstrutiva crônica, conhecida pela sigla DPOC, tem sinais e sintomas respiratórios associados à obstrução crônica das vias aéreas inferiores, geralmente em decorrência do tabagismo¹A DPOC envolve bronquite crônica e enfisema pulmonar, os quais geralmente ocorrem de forma simultânea, com variáveis graus de comprometimento relativo em um mesmo indivíduo¹ Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a DPOC é a quarta principal causa de morte, depois de infarto do miocárdio, câncer e doença cerebrovascular¹. Entre as principais causas de morte, é a única que está aumentando, devido ao aumento do tabagismo nos países em desenvolvimento e ao envelhecimento da população¹. Nos últimos 10 anos, DPOC foi a quinta maior causa de internação no Sistema Único de Saúde (SUS) de pacientes com mais de 40 anos, com cerca de 200 mil hospitalizações¹. 

Causas 

A exposição à fumaça de combustão de lenha, a poeiras e a gases irritantes são fatores causadores da DPOC². E também, quanto maior a intensidade do tabagismo, maior a tendência ao comprometimento da função pulmonar². Aproximadamente 15% dos fumantes desenvolvem DPOC².  

Sintomas 

Os principais sinais e sintomas são tosse, falta de ar (dispneia), chiado produzido pelas vias respiratórias e expectoração. A DPOC está associada a um quadro inflamatório sistêmico, com manifestações como perda de peso e redução da massa muscular nas fases mais avançadas¹. A tosse é o sintoma mais comum, podendo ser diária ou intermitente e pode preceder a falta de ar ou aparecer simultaneamente a ela². O aparecimento da tosse no fumante é tão frequente que muitos pacientes não a percebem como sintomas de doença, considerando-a como o ‘pigarro do fumante’².  

Diagnóstico 

Aos pacientes que apresentem sintomas suspeitos, é recomendado consultar o médico, a fim de confirmar o diagnóstico e iniciar precocemente o tratamento³. Pessoas que passaram a perder o fôlego e ficar ofegante durante a atividade física, por exemplo, ou que têm tosse repetitiva ou, ainda, histórico de exposição à fumaça, devem fazer a espirometria, exame rápido, indolor e não invasivo³.  

A espirometria permite aferir os volumes e o fluxo de ar utilizados na respiração e identificando a capacidade inspiratória e expiratória do indivíduo. Deve ser realizada antes e após administração de broncodilatador, de preferência em fase estável da doença² A avaliação radiológica é uma radiografia simples de tórax nas posições póstero-anterior e perfil, não para definição da doença, mas para afastar outras doenças pulmonares, principalmente a neoplasia pulmonar². A radiografia de tórax pode ainda identificar bolhas, com possível indicação cirúrgica² 

Prevenção 

A melhor forma de prevenção é a cessação do tabagismo, responsável por cerca de 80% dos casos³.   

Tratamento 

Por ser uma doença crônica, a DPOC deve ser controlada e tratada a longo prazo, com medicações de controle, definidas pelo médico conforme a gravidade da doença. A maioria dos pacientes toma remédioscomo broncodilatadores, anti-inflamatórios e outrospara ajudar na limpeza das vias aéreas, facilitar a respiração, reduzir a inflamação ou aumentar o crescimento e a reparação tecidual³.  



Fontes: 1. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas. Ministério da Saúde. Último acesso em 31 de agosto de 2021.  2. II Consenso Brasileiro sobre Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. DPOC. Jornal Brasileiro de Pneumologia – Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.  VOLUME 30 - SUPLEMENTO 5 - NOVEMBRO DE 2004. Último acesso em 31 de agosto de 2021.  3.Bronquite crônica. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.  Último acesso em 31 de agosto de 2021. 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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