Enfisema pulmonar

Resultado de alterações na estrutura do pulmão, que causa perda da superfície respiratória

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O enfisema pulmonar é uma doença obstrutiva crônica, resultado de alterações na estrutura do pulmão, que causa perda da superfície respiratória¹. O processo inflamatório crônico pode produzir alterações no parênquima pulmonar, que são variáveis em cada indivíduo². A doença faz parte do grupo de Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas (DPOC), que engloba enfermidades respiratórias preveníveis e tratáveis, caracterizadas pela presença de obstrução crônica do fluxo aéreo, que não é totalmente reversível².

Normalmente, essa obstrução é progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas ou gases tóxicos, causada na maioria das vezes pelo tabagismo². Nos últimos 20 anos, o índice de mortalidade no Brasil por conta de DPOC’s aumentou, em ambos os sexos².   

Causas 

Normalmente, é resultado de alterações da estrutura distal do bronquíolo terminal (parte mais afastada do bronquíolo, que é denominado pelas ramificações terminais dos brônquios)¹.  Essas modificações podem acontecer devido à dilatação, ou até mesmo destruição da parede alveolar (local dos alvéolos pulmonares), o que pode ocasionar perda da superfície respiratória, diminuição do recolhimento elástico e hiperinsuflação pulmonar¹.

Sintomas 

A tosse é o sintoma mais comum, diária ou intermitente, e que pode aparecer antes, depois ou durante a dispneia (dificuldade de respirar). No entanto, dificilmente chama a atenção, pois acarreta 50% da população dos fumantes, e é associada ao “pigarro do fumante”².  

A dispneia é o principal sintoma que reduz a qualidade de vida dos pacientes, e que normalmente evolui com o estágio da doença².  
 
Diagnóstico 

O diagnóstico é feito com base em sinais e sintomas respiratórios crônicos, na presença de fatores de risco para a doença³. São eles: 

  • Tosse; 
  • Expectoração; 
  • Sibilância (chiado produzido pelas vias respiratórias); 
  • Dispneia.  

Além deles existem os fatores de risco para o desenvolvimento da doença³ que são idade acima de 40 anos, tabagismo ou inalação de gases irritantes. Após a avaliação médica destes sintomas e fatores, complementos do diagnóstico podem ser solicitados. Alguns deles são: 

  • Radiografia simples de tórax; 
  • Hemograma; 
  • Oximetria em repouso – avaliação da oxigenação arterial; 
  • Eletrocardiografia em repouso e ecocardiografia; 
  • Dosagem de alfa-1 antitripsina – indicada em casos de enfisema pulmonar de início precoce (antes dos 45 anos). 

Prevenção 

A melhor maneira de prevenção é com a cessação do tabagismo².  

Tratamento 

É definido de acordo com os sintomas e gravidade de cada paciente, após a avaliação de um médico especializado. Existem dois tipos de tratamento³: 

 Tratamento não medicamentoso 

  • Cessação do tabagismo – a suspensão do fumo é uma medida eficaz para reduzir a progressão da doença; 
  • Reabilitação pulmonar e fisioterapia respiratória – melhora a capacidade para o exercício e a qualidade de vida; 
  • Tratamento cirúrgico – para pacientes em estágio grave ou muito grave. 

Tratamento medicamentoso 

O médico especializado analisa casos, históricos e os sintomas. Normalmente é recomendado o uso de broncodilatadores de curta duração, broncodilatadores anticolinérgicos, broncodilatadores de longa ação, corticosteroides inalatórios, corticosteroides sistêmicos não inalatórios e oxigenoterapia domiciliar.



Fontes: 1. Patogenia do enfisema pulmonar. Scielo. PETTA. Último acesso em 1 de setembro de 2021. 2. Caracterização da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Jornal de Pneumologia. Último acesso em 1 de setembro de 2021. 3. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas. Ministério da Saúde. Último acesso em 1 de setembro de 2021.

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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