Conheça o hipogonadismo masculino

É uma síndrome que causa diminuição de hormônios específicos no homem

Publicado em: 26 de novembro de 2019  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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O hipogonadismo masculino é uma síndrome clínica causada por deficiência androgênica (diminuição da concentração de androgênios no homem). Pode afetar negativamente as funções de múltiplos órgãos e a qualidade de vida. Os androgênios desenvolvem um papel crucial no desenvolvimento e na manutenção das funções reprodutivas e sexuais do homem¹. Baixos níveis de androgênios circulantes podem causar distúrbios no desenvolvimento sexual masculino, resultando em anormalidades congênitas do trato reprodutivo¹. Com o avançar da idade, pode causar redução da fertilidade, disfunção sexual, declínio da força muscular, menor mineralização óssea, distúrbio do metabolismo lipídico e disfunção cognitiva¹. 

Existem vários nomes na literatura para se definir a diminuição da testosterona. O termo “andropausa” não é correto porque – ao contrário das mulheres na menopausa, que param de produzir os estrogênios – os homens não param de produzir o hormônio testosterona. O que pode ocorrer é uma diminuição de sua produção – em geral em torno de 12% a cada década de vida, a partir dos 40-50 anos². O termo mais utilizado no Brasil é DAEM: Distúrbios Androgênicos do Envelhecimento Masculino, que é o conjunto de sinais e sintomas decorrentes da diminuição da concentração de hormônios que pode ocorrer no homem idoso².

Os níveis de testosterona decrescem como um processo do envelhecimento: sinais e sintomas causados por este declínio podem ser considerados normais como parte deste processo. Entretanto, baixos níveis de testosterona também se associam a doenças crônicas severas e pacientes sintomáticos podem se beneficiar com a terapia de reposição de testosterona¹. O hipogonadismo masculino pode ser classificado em 4 formas¹ 

    1. Formas primárias, causadas por insuficiência testicular;
    2. Formas secundárias, causadas por disfunções hipotalâmicas-hipofisárias;  
    3. Hipogonadismo de início tardio;  
    4. Hipogonadismo devido à insensibilidade dos receptores androgênicos. 

Sintomas³ 

Os principais sinais e sintomas envolvidos são:  

    • Diminuição da libido e disfunção erétil;  
    • Depressão - o hipogonadismo, em homens de meia idade, parece estar associado com sintomas depressivos;  
    • Diminuição do tecido muscular, aumento de tecido fibroso muscular e diminuição de alguns aspectos da força muscular;  
    • Aumento do tecido adiposo total e redistribuição de gordura - vários autores reportaram uma correlação inversa com níveis séricos de testosterona, sugerindo que a queda de níveis de testosterona teria um papel causal no acúmulo de gordura visceral ligada ao envelhecimento masculino;  
    • Osteopenia e osteoporose - diminuição da densidade mineral óssea;  
    • Diminuição do volume testicular. 

Diagnóstico 

O diagnóstico deve ser sempre clínico e laboratorial. Ou seja, o homem tem que ter sintomas – alguns dos citados anteriormente – junto com uma dosagem de testosterona baixa no sangue. Recomenda-se a dosagem de testosterona total e, se ela estiver baixa, deve-se repeti-la, pedindo também a dosagem da testosterona livre calculada, LH e prolactina (no caso de diminuição da libido)². É recomendável fazer o diagnóstico somente em homens com alguns dos principais sinais e sintomas envolvidos: diminuição da libido, disfunção erétil, depressão, diminuição do tecido e força muscular, aumento do tecido adiposo total e redistribuição de gordura, diminuição da densidade mineral óssea, diminuição do volume testicular³.  

Tratamento² 

A terapia de reposição da testosterona hoje é considerada bastante eficaz e segura quando bem indicada (homem com sintomas e testosterona baixa no sangue). No entanto, o controle regular com o urologista é mandatório. Não existe idade limite para se iniciar o tratamento com reposição de testosterona². Não se deve dar testosterona a homens com níveis normais de testosterona no sangue assim como está contraindicado seu uso para aumentar massa muscular em academias de ginástica². 

 

 

 

Fontes: 1. Diretrizes para o hipogonadismo masculino – Portal da Urologia. Último acesso no dia 13 de novembro de 2019; 2.  Hipogonadismo masculino: como identificar e tratar? Portal da Urologia. Último acesso no dia 13 de novembro de 2019; 3. Hipogonadismo Masculino Tardio ou DAEM: Diagnóstico – Portal da Urologia. Último acesso no dia 13 de novembro de 2019. 

 

 


 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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