Intolerância à Lactose
Cada pessoa tem uma quantidade diferente de lactase no corpo.
Publicado em: 11 de fevereiro de 2020  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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A intolerância à lactose é a ausência ou a deficiência da enzima lactase, presente no intestino das pessoas, que degrada a lactose, que é um açúcar contido no leite e nos produtos que contêm leite¹,². Quando isso acontece, a presença desse açúcar dentro do intestino ocasiona aumento da formação de gases, ruídos aumentados no abdome, flatulência, distensão abdominal, dor abdominal, náusea e diarreia. Cada pessoa tem uma quantidade diferente de lactase¹,². De acordo com a quantidade que o indivíduo tiver de lactase, ela vai metabolizar melhor ou pior o leite ou derivados ingeridos¹,²  

Os produtos ricos em lactose são aqueles que contêm mais leite, como creme de leite, sorvetes, queijos e o próprio leite ‘in natura’ e todos os seus derivados3,4. O consumo de leite é importante, pois é o alimento que contém mais cálcio e com melhor disponibilidade, ou seja, é melhor aproveitado por nosso organismo quando vem do leite3,4. Quem não consome leite e seus derivados em quantidade adequadas, muitas vezes precisam suplementar cálcio e vitamina D3,4  

Recomenda-se que 60% das necessidades de cálcio sejam supridas por produtos lácteos3,4. A boa biodisponibilidade do cálcio nos produtos lácteos é largamente conhecida e parece estar relacionada diretamente com a presença de lactose e da vitamina D, que aumentam sua absorção³.   

A intolerância à lactose é diferente de alergia alimentar (ou alergia à proteína do leite de vaca), que é uma reação à proteína do leite e acontece mais em crianças nos primeiros anos de vida¹,²,5. A intolerância à lactose é mais frequente em crianças maiores, adolescentes e principalmente adultos¹,²  

Os exames complementares para confirmação diagnóstica de intolerância à lactose são: pH fecal, pesquisa de substâncias redutoras nas fezes, teste de absorção da lactose com sobrecarga oral, teste do H2 expirado e a dosagem da lactase em fragmento de mucosa intestinal5. Existe também o exame genético do fenótipo da enzima, que diz se a pessoa é geneticamente determinada a ter intolerância à lactose, mas não diz que a intolerância está presente naquele momento¹,²   

O alívio do desconforto consiste na restrição da lactose da dieta, mas cada pessoa terá graus diferentes de restrição, dependendo de quanta enzima e do grau tolerância ao leite¹,². Pode-se também substituir a lactase insuficiente por formas comerciais, ou seja, tomando lactase antes das refeições com leite e/ou derivados, nesse caso, a pessoa não terá os sintomas ruins da doença, mesmo ingerindo leite e seus derivados, melhorando e muito a qualidade de vida dos pacientes1,4.  

 
Fontes: 1. Carvalho E, Ferreira CT. Alergia alimentar. In: Silva LR, Ferreira CT, Carvalho E. Manual de Residência em Gastroenterologia Pediátrica. Último acesso no dia 17 de dezembro de 2019. 2. KodaYKL. Intolerância aos carboidratos. In: Carvalho E, Silva LR, Ferreira CT. Gastroenterologia e Nutrição em Pediatria. Último acesso no dia 17 de dezembro de 2019. 3. WelfortVRS. Manual de Alimentação: orientações para alimentação do lactente ao adolescente, na escola, na gestante, na prevenção de doenças e segurança alimentar. Último acesso no dia 17 de dezembro de 2019 4. Como otimizar a ingestão de cálcio e o ganho de massa óssea em adolescentes. Guia prático de atualização. São Paulo: SBP; 2017. Último acesso no dia 17 de dezembro de 2019. 5. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular - Scielo.Último acesso no dia 21 de janeiro de 2020. 

 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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