O auxílio da música nos processos cognitivos

Escutar ou tocar músicas por meio de instrumentos ajudam no desenvolvimento e manutenção dos processos cognitivos
Publicado em: 5 de setembro de 2018  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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Quem nunca escutou uma canção que ouvia durante a infância e foi ‘transportado’ para aquela época por meio da música, resgatando memórias e sensações que pareciam adormecidas? Por meio do som, revivemos o passado e isso se deve ao fato de que a música é extremamente eficaz na manutenção das funções cognitivas(2). Ela também é capaz de resgatar a identidade sonora das pessoas e, dessa forma, aumentar o amor próprio e a autoconfiança.

A cognição abrange diversos processos mentais(3), que se baseiam em experiências sensoriais, memória, raciocínio, aprendizado, pensamentos, imaginação e representações. A música, por sua vez, é uma arte que combina sons sucessiva e simultaneamente, de maneira ordenada, equilibrada e proporcional dentro do tempo(4), e também uma ciência, já que as relações entre os elementos musicais são matemáticas e físicas(2). Ela também é considerada uma linguagem universal, e faz parte da história da humanidade desde das primeiras civilizações.

O filósofo grego da Antiguidade Pitágoras já ensinava que determinados acordes e melodias tinham o poder de gerar certas reações no organismo humano(5). E se escutar música faz bem para a saúde cerebral e para os processos cognitivos, tocar um instrumento musical auxilia ainda mais. Você sabia que essa é uma das atividades humanas mais complexas que existem? Isso porque ela envolve uma interdependência de aspectos cinestésicos (inteligência/percepção dos movimentos), emocionais e cognitivos(6).

Uma execução precisa utiliza-se de movimentos físicos extremamente complexos e também envolve experiências emocionais. Para que essas habilidades sejam desenvolvidas, é necessário que o indivíduo seja capaz de se adaptar às mudanças nos estímulos recebidos e às novas possibilidades de respostas, que são características da plasticidade cerebral(1), ou seja, da capacidade adaptativa do sistema nervoso central.

Diversos estudos comentam sobre a relação do estudo da música e o aperfeiçoamento das habilidades auditivas, linguísticas e metalinguísticas e dos processos cognitivos(4); não é à toa que pessoas que fazem práticas musicais demonstram melhor desempenho nos campos da matemática, vocabulário, leitura e sintaxe, além de habilidades visuoespaciais e motoras mais aguçadas(4).

No mundo em que vivemos hoje, o ritmo cotidiano exige cada vez mais da nossa capacidade cognitiva. É por isso que cuidar bem da saúde cerebral é tão importante para elevar o raciocínio, memória e atenção ao máximo e dar conta de todas as demandas dos tempos modernos.

 

Fontes: 1 - MARTINS PEDERIVA, Patrícia Lima; TRISTAO, Rosana Maria. Música e Cognição. Rev. Ciênc. cogn., Rio de Janeiro,  v. 9, p. 83-90, 2006. Acesso em 04 julho 2018. 2 - GOMES, Lorena e AMARAL, Juliana Bezerra. Os efeitos da utilização da música para os idosos: revisão sistemática. Rev. Enfermagem Contemporânea, vol. 1, n. 1, p. 11, 2012. Acesso em 03 julho 2018. 3 - MICHAELIS. Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. Ed. Melhoramentos, São Paulo. Acesso em 05 julho 2018. 4 - EUGÊNIO, Mayra Lopes; ESCALDA, Júlia; LEMOS, Stela Maris Aguiar. Desenvolvimento cognitivo, auditivo e linguístico em crianças expostas à música: produção de conhecimento nacional e internacional. Rev. CEFAC, São Paulo, v.14, n.5, p.992-1003, 2012. Acesso em 04 julho 2018. 5- CHIARELLI, Lígia Karina Meneghetti e BARRETO, Sidirey de Jesus. A música como meio de desenvolver a inteligência e a integração do ser. Rev. Recre@rte, Santiago de Compostela, Espanha, n. 3, 2005. Acesso em 03 julho 2018. 6 - GALVAO, Afonso. Cognição, emoção e expertise musical. Rev. Psic.: Teor. e Pesq.. 2006, v.22, n.2, p.169-174. Acesso em 05 julho 2018.

 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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