O começo da doença de Parkinson
Esta é uma das doenças neurológicas mais comuns e a segunda enfermidade neurodegenerativa mais frequente.
Publicado em: 10 de março de 2020  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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Doença de Parkinson (DP), descrita por James Parkinson em 1817, é uma das doenças neurológicas mais comuns e intrigantes dos dias de hoje¹. Tem distribuição universal e atinge todos os grupos étnicos e classes socioeconômicas¹. Sua incidência e ocorrência aumentam com a idade¹. 

DP é uma doença degenerativa cujas alterações motoras decorrem principalmente da morte de neurônios do Sistema Nervoso Central presentes em diversas partes do cérebro, principalmente a região da substância nigrado tronco cerebral (do núcleo motor dorsal do vago), córtex cerebral e mesmo neurônios periféricos¹. Estes neurônios são responsáveis, entre outros aspectos, do controle motor¹. Suas principais manifestações incluem tremor de repouso, bradicinesia (lentidão dos movimentos voluntários), rigidez com roda denteada e anormalidades posturais¹. 

A presença de processo degenerativo pode explicar uma série de sintomas e sinais não motores, tais como alterações do olfato, distúrbios do sono, hipotensão postural, constipação, mudanças emocionais, depressão, ansiedade, sintomas psicóticos, prejuízos cognitivos e demência, dentre outros¹. Por ser uma doença progressiva, que usualmente acarreta incapacidade grave após 10 a 15 anos, tem elevado impacto social e financeiro, particularmente na população mais idosa¹. 

A evolução da doença, a gravidade e a progressão dos sintomas variam enormemente de um paciente para outro¹. Não se dispõe, até o momento, de teste diagnóstico para a doença. Embora neurologistas geralmente concordem que o diagnóstico da DP requer a identificação de alguma combinação dos sinais motores cardinais citados acima, uma classificação clínica padrão ainda não foi obtida¹ 

A doença de Parkinson (DP) é a segunda enfermidade neurodegenerativa mais frequente das desordens de movimento, acometendo o sistema nervoso central². Os sinais e sintomas característicos da DP suscitam a convivência com situações novas a cada dia². A instabilidade da doença e o fato de sabê-la ser incurável constituem uma realidade difícil a ser enfrentada para o resto da vida, acompanhando os indivíduos em suas relações e em seu cotidiano². Outro aspecto pertinente da DP diz respeito à individualidade das pessoas com a doença, pois os significados dos diferentes sintomas motores e não motores influenciam de forma específica cada indivíduo².  

Sintomas motores³ 

Dois tipos de tremores podem ser encontrados na DP: repouso e postural. O tremor de repouso afeta principalmente os membros superiores. Embora infrequente, o aparecimento isolado do tremor postural na DP o torna indistinguível do tremor essencial. Em alguns pacientes, o tremor pode estar ausente. 

A bradicinesia lentidão dos movimentos voluntários é responsável por uma série de sintomas, tais como: ausência da expressão facial, diminuição da frequência do pestanejar, dificuldade de articular palavras, períodos de injustificadas pausas no ato de falar e redução da movimentação dos membros superiores durante a marcha.  

Sintomas sensitivos³ 

Entre os sensitivos, sabe-se que, aproximadamente, 40% dos pacientes se apresentam com dor e dormência, local ou generalizada.  

Sintomas psiquiátricos³ 

Os principais sintomas associados à depressão na DP preenchem o mesmo quadro clínico da depressão em geral, ou seja, diminuição do humor, desinteresse pelas atividades prazerosas, pensamentos pessimistas, exacerbação da culpabilidade, letargia, distúrbios do sono, perda do apetite, emagrecimento, ansiedade e ideação suicida.  

Os distúrbios do sono são frequentes na DP, estando entre estes: insônia, ataques do tipo narcolepsia durante o dia, sonhos atípicos e alterações funcionais do sono REM (Rapid Eye Movement). Os distúrbios do sono REM podem também anteceder em anos ao aparecimento dos sintomas motores. 

O acompanhamento clínico de parkinsonianos demonstra que a perda cognitiva leve é um sintoma constante, que ocorre desde os primeiros anos da doença. Assim sendo, a tendência é a de evolução lenta para a demência. Os sintomas psicóticos na DP podem ocorrer como comorbidade, mas podem estar associados ao próprio tratamento antiparkinsoniano. A perda cognitiva e o aparecimento de depressão são fatores de risco para as alucinações, quase sempre visuais.  

Outros sintomas³ 

hiposmia (baixa sensibilidade do olfato) e a dermatite seborreica (inflamação na pele que causa principalmente descamação e vermelhidãopodem se apresentar antes dos sintomas motores.  

 

 
 
Fontes: 1. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – doença de Parkinson– Ministério da Saúde. Último acesso em 03 de fevereiro de 2020. 2. O cotidiano das pessoas com a doença de Parkinson -Scielo. Último acesso em 03 de fevereiro de 2020. 3. AntonioLuiz S. Werneck. Doença de Parkinson: Etiopatogenia, Clínica e Terapêutica. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto. 2010. Último acesso em 20 de fevereiro de 2020.



Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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