Rotavírus

É um dos principais causadores de diarreia grave em crianças menores de cinco anos

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O rotavírus é um dos principais agentes virais causadores de diarreia grave em crianças menores de cinco anos no mundo, particularmente nos países em desenvolvimento¹. 

A diarreia causada por rotavírus representa um grave problema de saúde pública². Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a infecção por esse agente é responsável por aproximadamente 600 mil mortes por ano e 40% das hospitalizações por gastroenterites². Recém-nascidos normalmente têm infecções mais leves ou assintomáticas, provavelmente devido à amamentação e aos anticorpos maternos transferidos pela mãe¹.

A infecção pelo rotavírus varia de um quadro leve, com diarreia aquosa e duração limitada, à quadros graves com desidratação, febre e vômitos, podendo evoluir a óbito¹. Praticamente todas as crianças se infectam nos primeiros 3 a 5 anos de vida, mesmo nos países em desenvolvimento, mas os casos graves ocorrem principalmente na faixa etária de 3 a 35 meses¹. 

O rotavírus é transmitido pela via fecal-oral (contato pessoa a pessoa, ingestão de água e alimentos contaminados, contato com objetos contaminados, e propagação aérea por aerossóis) e é encontrado em altas concentrações nas fezes de crianças infectadas¹. O período médio de incubação é de dois dias¹.

S
intomas¹ 

Os sinais e sintomas clássicos do rotavírus , principalmente na faixa etária dos seis meses aos dois anos, são as ocorrências repentinas de vômitos. Na maioria das vezes, também podem aparecer, junto com os vômitos diarreia com aspecto aquoso, gorduroso e explosivo, e febre alta.  

Podem ocorrer formas leves e subclínicas nos adultos e formas assintomáticas na fase neonatal e durante os quatro primeiros meses de vida. Nas formas graves, o rotavírus pode provocar desidratação, febre, e até levar à morte. 

Diagnóstico¹ 

O desenvolvimento de testes de látex e eletroforese tornaram o diagnóstico do rotavírus (rotavirose) viável em todo o mundo, por serem rápidos, sensíveis, específicos, baratos e fáceis de executar em laboratórios mais simples. O rotavírus pode ser cultivado a partir de amostras de fezes e métodos de detecção molecular, os quais, apesar de não serem necessários para o diagnóstico de rotina, permitem a comparação dos rotavírus identificados com os utilizados na constituição das vacinas disponíveis.

Tratamento¹ 

O paciente deve ser tratado por meio da reposição de líquidos e minerais, para prevenir ou corrigir a desidratação, e manejo nutricional adequado. Em resumo, após a avaliação clínica, o tratamento adequado deve ser obedecido conforme as indicações abaixo: 

  • Correção da desidratação;
  • Combate à desnutrição;
  • Uso adequado de medicamentos;
  • Prevenção das complicações.

Prevenção¹ 

Algumas medidas podem prevenir a infecção por rotavírus, como a administração da vacina em crianças menores de seis meses. O esquema de vacinação é de duas doses exclusivamente por via oral, sendo a primeira aos 2 meses e a segunda aos 4 meses de idade com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. Outras ações de prevenção incluem práticas de higiene e consumo adequado de alimentos, tais como: 

  • Lavar sempre as mãos antes e depois de utilizar o banheiro, trocar fraldas, manipular/preparar os alimentos, amamentar, tocar em animais;
  • Lavar e desinfetar as superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos;
  • Proteger os alimentos e as áreas da cozinha contra insetos, animais de estimação e outros animais (guardar os alimentos em recipientes fechados);
  • Guardar a água tratada em vasilhas limpas e de boca estreita para evitar nova contaminação;
  • Não utilizar água de riachos, rios, cacimbas ou poços contaminados;
  • Ensacar e manter a tampa do lixo sempre fechada. Quando não houver coleta de lixo, este deve ser enterrado;
  • Usar sempre a privada, mas se isso não for possível, enterrar as fezes sempre longe dos cursos de água;
  • Manter o aleitamento materno (aumenta a resistência das crianças contra as diarreias), evitando o desmame precoce.
     
Fontes: 1 – Rotavírus – Ministério da Saúde. Último acesso no dia 25 de julho de 2019. - Vacina rotavírus: segurança e alergia alimentar – Sociedade Brasileira de Pediatria. Último acesso no dia 25 de julho de 2019. 
Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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