Obesidade é uma doença crônica
A população obesa cresceu enormemente no Brasil nos últimos anos.
Publicado em: 28 de janeiro de 2020  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
  • Para compartilhar
Ouvir o texto Parar o Audio

A obesidade é uma doença crônica, cujo avanço tem se dado de forma acelerada em todo o mundo nos últimos anos¹. No Brasil, a situação não é diferente¹. Dados recentes apontam que 55,7% dos brasileiros estão com sobrepeso e aproximadamente 20% dos brasileiros já são considerados obesos²Nos últimos anos, a população obesa no Brasil passou de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018, representando um crescimento de 67,8%². Este número é ainda mais alarmante quando levamos em consideração a população entre 25 anos a 34 anos, na qual houve um crescimento da obesidade em 84,2%².

O modo de viver da sociedade moderna tem determinado um padrão alimentar que, aliado ao sedentarismo, em geral não é favorável à saúde da população³A obesidade é um dos grandes desafios do contexto atual e suas diretrizes norteiam a organização do cuidado integral ao indivíduo com sobrepeso e obesidade, a vigilância alimentar e nutricional, a promoção da alimentação adequada e saudável, que devem ocorrer no cotidiano dos serviços de saúde, assim como macro políticas que potencializem uma vida mais saudável³.  

A obesidade é um agravo multifatorial originado, na maioria dos casos, pelo desbalanço energético, quando o indivíduo consome mais energia do que gasta³. Esse desbalanço energético positivo resulta em ganho de peso³. Há diversos métodos para avaliar se o peso de uma pessoa é excessivo³. Na prática clínica cotidiana e para a avaliação em nível populacional, recomenda-se o uso do Índice de Massa Corporal (IMC) por sua facilidade de mensuração e por ser uma medida não invasiva e de baixo custo³. O IMC é calculado pela relação entre o peso e a altura do indivíduo expresso em kg/m², com isso é possível classificar o indivíduo de acordo com os riscos para a saúde e sua relação com algumas complicações metabólicas³.  

Sabe-se, que a obesidade se associa com grande frequência a condições mórbidas tais como dislipidemia,  diabetes, hipertensão e hipertrofia ventricular esquerda, conhecidos fatores de riscocoronariano, ou seja, aumentam a probabilidade dessa pessoa sofrer um infarto4. Ultimamente existem evidências convincentes que permitem afirmar que a obesidade também aumenta o risco para desenvolvimento do câncer4No homem obeso, há um aumento na frequência de câncer de cólon, reto e próstata, enquanto nas mulheres obesas está associado com maior frequência de câncer de vesícula, endométrio e mamas4. São diversos os mecanismos que explicam esse maior risco entre pessoas com excesso de peso³. Um deles indica que as próprias células de gordura produzem fatores pró-inflamatórios que podem agredir células saudáveis e transformá-las em células precursoras de câncer³.   

Além disso, pessoas com excesso de peso apresentam maior concentração de hormônios que estimulam a proliferação celular e inibem a apoptose (morte programada das células), e isso também pode levar ao desenvolvimento de um câncer³. obesidade também tem sido apontada como fator predisponente a outras doenças como colelitíase, esteatose hepática, osteoartrite, osteoartrose, apneia obstrutiva do sono, alterações da ventilação pulmonar, alterações dos ciclos menstruais e redução da fertilidade, condições estas que experimentam melhora com a redução de peso4.   

Embora ainda não existam dados suficientes para afirmar que o tratamento efetivo da obesidade reduz a mortalidade, não existem dúvidas de que a redução de peso da ordem de 5% a 10% é uma medida efetiva no sentido de combater as condições mórbidas que aumentam o risco cardiovascular4. Além disso, estima-se que no Brasil pelo menos um em cada dez casos desses tipos de câncer relacionados à obesidade poderia ser evitado por meio do controle do peso³. Nesse sentido, a perda de peso proporciona uma melhora na saúde com consequente aumento na qualidade de vida. 

 

 
 
 
Fontes: 1. Manual de diretrizes para o enfretamento da obesidade na saúde suplementar brasileira - Agência Nacional de Saúde Suplementar. Último acesso em 16 de dezembro de 2019. 2. Vigitel Brasil 2018: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2018 / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Último acesso em 16 de dezembro de 2019. 3. ESTRATÉGIAS PARA O CUIDADO DA PESSOA COM DOENÇA CRÔNICA OBESIDADE – Ministério da Saúde. Último acesso em 16 de dezembro de 2019.  4. Obesidade: Introdução - Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Último acesso em 16 de dezembro de 2019. 

 

 


 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
  • Para compartilhar
Você achou esse conteúdo útil?