Quais os erros mais frequentes no consumo de antibióticos?

Saiba mais sobre a importância da prescrição médica – e porque ela deve ser seguida à risca
Publicado em: 9 de maio de 2018  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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Uma pesquisa realizada em 76 países entre 2000 e 2015 mostrou um dado alarmante: o aumento em 65% no consumo de antibióticos, inclusive no Brasil. São quase 35 bilhões de doses diárias de remédios. A mesma pesquisa indica que, até 2030, o consumo deste tipo de medicamento deve aumentar em 200% e superar o indicador de 42 bilhões de doses estimada em 20151.

Antibióticos são seguros, desde que tomados de acordo com a prescrição médica e seguindo alguns cuidados. Antes de tudo, devem ser usados somente em tratamentos contra bactérias – resfriados e gripes são causados por vírus e não respondem a tratamentos com antibióticos2. A automedicação é um dos erros mais frequentes no consumo de antibióticos. Sem a orientação médica, um medicamento pode causar efeitos colaterais indesejados, como alergias, diarreias e problemas estomacais. Antibióticos são usados para eliminar bactérias causadoras de infecções mas quando alteramos o equilíbrio do corpo as boas bactérias existentes no organismo também podem ser afetadas2

Ao usar um antibiótico sem a prescrição ou orientação médica o paciente também colabora para o aumento da resistência bacteriana – considerada um dos principais problemas de saúde pública no mundo – que acontece quando bactérias se tornam cada vez mais resistentes a antibióticos, sendo necessário investir em medicamentos diferentes ou mais fortes para tratar infecções como pneumonias, infecções de ouvido, de pele ou tuberculose3

Por isso, sempre que necessário tomar um antibiótico, consulte antes seu médico. Aproveite também nossas dicas4,5,6:

    • Não utilize antibióticos recomendados para outra pessoa. Da mesma forma, não compartilhe medicamentos indicados para você. A orientação médica é feita de acordo com seus sintomas e com o seu perfil;
    • Nunca interrompa o tratamento – a dose e a frequência indicada pelo médico são prescritas de acordo com sua condição médica;
    • Siga a bula e a recomendação médica. A frequência, dosagem e indicações estão sinalizadas na embalagem e na prescrição médica;
    • Evite a automedicação especialmente no caso de crianças. Um pediatra é o melhor profissional a indicar o tratamento, pois pode verificar qual a causa da doença. No caso de vírus os antibióticos não farão efeito. O pediatra também pode ajudar indicando maneiras de cuidar dos sintomas – febre, congestão nasal ou dor de garganta, por exemplo. Siga sempre as orientações do médico inclusive para dosagem e frequência da medicação;
    • Durante a consulta, informe ao médico se você tem alguma alergia. No caso de mulheres, avise também se está grávida ou amamentando. Todas essas situações podem alterar a indicação do medicamento e ajudar no tratamento correto;
    • Mantenha um controle da medicação que está tomando – saiba sempre o nome, a dose, a frequência indicada pelo médico, a aparência do medicamento – isso ajuda a não confundir caso esteja tomando mais de um remédio. Mantenha esse controle à mão ou compartilhe com outras pessoas também responsáveis pela medicação – um familiar, cuidador ou outros médicos. Faça uma lista com as medicações em uso para te ajudar a lembrar quando for necessário;

Quando estiver na consulta médica algumas informações são sempre importantes. Verifique e mantenha por escrito, assim você ou outra pessoa poderão consultar sempre que necessário:

Que efeitos colaterais podem acontecer com este remédio?

O que fazer se esquecer de tomar o medicamento no horário indicado?

É preciso tomar o remédio junto com as refeições?

O que fazer no caso de alguma reação inesperada, como alergia?

Há algum medicamento ou alimento que deve ser evitado?

Este medicamento necessita ser guardado na geladeira?

Cuide sempre da higiene: lave as mãos, frutas e verduras, e assim você colabora para evitar novas contaminações.



 

Fontes: 1. Global increase and geographic convergence in antibiotic consumption between 2000 and 2015 - Eili Y. Klein, Thomas P. Van Boeckel, Elena M. Martinez, Suraj Pant,  Sumanth Gandra, Simon  A. Levin, Herman Goossens, Ramanan Laxminarayan Proceedings of the National Academy of Sciences Apr 2018, 115 (15) E3463-E3470; DOI:10.1073/pnas.1717295115 2. Alliance for the Prudent use of Antibiotics  3. CDC - https://www.cdc.gov/antibiotic-use/community/about/should-know.html  4. CDC - https://www.fda.gov/ForConsumers/ConsumerUpdates/ucm096403.htm 5. CDC - https://www.cdc.gov/antibiotic-use/community/about/can-do.html 6. FDA - https://www.fda.gov/ForConsumers/ConsumerUpdates/ucm096403.htm

 

 
Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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