Riscos de depressão em idosos

Nesta fase da vida ela é uma doença comum e estima-se que cerca de 15% deles apresentem os sintomas

Publicado em: 1 de outubro de 2018  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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O envelhecimento populacional é tema de preocupação, principalmente em países em desenvolvimento1. No Brasil, isso acontece por conta das mudanças demográficas, sociais e culturais1. Em 2011, dos 195,2 milhões de pessoas no país, 12,1% delas tinham mais de 60 anos1 e projeções indicam que até 2050 o número de idosos será de 38 milhões1. No entanto, o desenvolvimento de políticas públicas para dar suporte aos idosos não é tão rápido quanto ao avanço da faixa etária1. O sistema de saúde ainda precisa evoluir para dar suporte à população cada vez mais dependente de atendimentos médicos1.

A falta de cuidados médicos, perspectivas de qualidade de vida e o isolamento social pode aumentar a vulnerabilidade de idosos desenvolverem quadros depressivos que podem evoluir para transtornos psiquiátricos, perda de autonomia e até mesmo o agravamento de quadros patológicos preexistentes1. Em idosos a doença é comum – estima-se que cerca de 15% deles apresentem sintomas de depressão1. Nesta fase da vida, a doença pode ser confundida com outros fatores como oscilações de humor decorrentes do próprio envelhecimento. Idosos têm maior incidência de suicídios, e as mudanças causadas pela doença podem, inclusive, interferir em sua capacidade funcional, de autocuidado e em relações sociais1.

Tristeza versus depressão

No entanto, é preciso diferenciar sinais de tristeza e depressão2: tristeza é um estado momentâneo conectado com perdas e desilusões; depressão conta com esses sintomas, além de apatia, indiferença, desesperança e principalmente a perda da independência em idosos2. Por isso é preciso identificar comportamentos para fazer possíveis intervenções precoces e efetivas, além de prevenir fatores de risco2. O tratamento da depressão no idoso tem a finalidade de reduzir o sofrimento causado pela doença, diminuir o risco de suicídio, melhorar o estado geral do paciente e garantir melhor qualidade de vida3. O tratamento deve envolver intervenção especializada, com estratégias de tratamento que podem contar com psicoterapia, intervenção psicofarmacológica e outras ações que serão analisadas caso a caso3.

Algumas atividades como terapia ocupacional, participação em atividades artísticas e de lazer também podem ajudar durante o tratamento3. O tratamento com medicamentos depende do perfil do paciente e do seu histórico de saúde – que deverá ser analisado por um médico especializado3. Uma das indicações é a atividade física para o idoso, que colabora para processos químicos que auxiliam a melhora da depressão, além de evitar outras possíveis complicações de saúde em idosos3.

Confira no vídeo abaixo mais detalhes sobre a depressão no idoso, com o geriatra do Hospital Sírio Libanês Alexandre Leopold Busse:


Fontes: 1.
Fatores associados à depressão em idosos institucionalizados: revisão integrativa. Nobrega, Isabelle Rayanne Alves Pimentel da; Leal, Márcia Carréra Campos; Marques, Ana Paula de Oliveira; Vieira, Júlia de Cássia Miguel. Último acesso em 8 de julho de 2021. 2. Depressão em idosos: uma revisão sistemática da literatura. Lima, Ana Maraysa Peixoto; Ramos, José Lucas Souza; Bezerra, Italla Maria Pinheiro; Rocha, Regina Petrola Bastos; Batista, Hermes Melo Teixeira; Pinhiro, Woneska Rodrigues. 2015. Último acesso em 8 de julho de 2021. 3. Depressão no Idoso: Diagnóstico, Tratamento e Benefícios da Atividade Física. Stella, Florindo; GOBBI, Sebastião; Corazza, Danilla Icassatti; Costa, José Luis Riani. Último acesso em 8 de julho de 2021. 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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