Precisamos falar sobre suicídio

Falar com alguém sobre o suicídio pode aliviar a angústia, a tensão e uma tragédia em potencial

Publicado em: 30 de agosto de 2019  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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Este mês de setembro é conhecido mundialmente como o de prevenção ao suicídioAssim, desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente a campanha Setembro Amarelo no Brasil¹.  Todos os anos são registrados cerca de 12 mil suicídios no Brasil e mais de 1 milhão no mundo¹. Trata-se de uma triste realidade, que contabiliza cada vez mais casos, principalmente entre os jovens¹. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais¹. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias¹. Por isso, a campanha tem o objetivo de prevenir, conscientizar e reduzir estes números¹. 

O suicídio pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que com sentimentos opostos, usando um meio que ele acredita ser letal². Também fazem parte do que habitualmente chamamos de comportamento suicida os pensamentos, os planos e a tentativa de suicídio². O suicídio é um fenômeno presente ao longo de toda a história da humanidade, em todas as culturas². É um comportamento com determinantes multifatoriais e resultado de uma complexa interação de fatores psicológicos e biológicos, inclusive genéticos, culturais e socioambientais². 

Estigma

Durante séculos de nossa história, por razões religiosas, morais e culturais o suicídio foi considerado um grande pecado². Por esta razão, ainda temos medo e vergonha de falar abertamente sobre esse importante problema de saúde pública²Este é um tabu, arraigado em nossa cultura, que é fundamental lutar para que a prevenção seja bem-sucedida². Erros e preconceitos vêm sendo repetidos, contribuindo para formação de um estigma em torno da doença mental e do comportamento suicida². O estigma resulta de um processo em que pessoas são levadas a se sentirem envergonhadas, excluídas e discriminadas². O conhecimento pode contribuir para a desconstrução deste estigma².  

Falar sobre suicídio não aumenta o risco². Muito pelo contrário, falar com alguém sobre o assunto pode aliviar a angústia e a tensão que esses pensamentos trazem². Os suicidas estão passando quase invariavelmente por uma doença mental que altera, de forma radical, a sua percepção da realidade e interfere em seu livre arbítrio². O tratamento eficaz da doença mental é o pilar mais importante da prevenção do suicídio². Após o tratamento da doença mental o desejo de se matar desaparece². 

Diante de uma pessoa sob risco de suicídio, o que se deve fazer³? 

  • Encontre um momento apropriado e um lugar calmo para falar sobre suicídio com essa pessoa. Deixe-a saber que você está lá para ouvir, ouça-a com a mente aberta e ofereça seu apoio. 
  • Incentive a pessoa a procurar ajuda de profissionais de serviços de saúde, de saúde mental, de emergência ou apoio em algum serviço público. Ofereça-se para acompanhá-la a um atendimento. 
  • Se você acha que essa pessoa está em perigo imediato, não a deixe sozinha. Procure ajuda de profissionais de serviços de saúde, de emergência e entre em contato com alguém de confiança, indicado pela própria pessoa.
  • Se a pessoa com quem você está preocupado(a) vive com você, assegure-se de que ele(a) não tenha acesso a meios para provocar a própria morte (por exemplo, pesticidas, armas de fogo ou medicamentos) em casa.
  • Fique em contato para acompanhar como a pessoa está passando e o que está fazendo. 

Onde buscar ajuda para prevenir o suicídio³? 

  • CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde). 
  • UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro; Hospitais. 
  • Centro de Valorização da Vida – 188 (ligação gratuita) – o CVV realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, email, chat e voip 24 horas todos os dias. 
     

 

Fontes: 1. Campanha Setembro Amarelo. Associação Brasileira de Psiquiatria. Último acesso em 29 de julho de 2021. 2. Suicídio: informando para prevenir. Associação Brasileira de Psiquiatria. Último acesso em 29 de julho de 2021. 3. Prevenção do suicídio: sinais para saber e agir. Ministério da Saúde. Último acesso em 29 de julho de 2021. 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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