Trombose

A trombose venosa profunda (TVP) é a formação de trombos nas veias, que podem causar o bloqueio parcial ou total de circulação

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A trombose venosa profunda (TVP) é caracterizada pela formação de trombos (coágulos que podem obstruir a circulação de sangue) dentro de veias profundas (aquelas que não são superficiais na pele), que podem causar o bloqueio parcial ou total de circulação1. Acontece com mais frequência nos membros inferiores (como as pernas, por exemplo), que representam entre 80% e 95% dos casos1

O número de casos é alto: no Brasil, afeta 0,6 pessoas a cada 1.000 habitantes por ano2. Nos Estados Unidos é a terceira causa mais comum de morte por doença cardiovascular2, e estima-se que o número de pessoas afetadas anualmente é entre 300 mil e 600 mil3. O número de mortes fica entre 60 mil e 100 mil todos os anos, e destas, de 10% a 30% morrem no primeiro mês após o diagnóstico, e 25% tem como resultado a morte súbita3 

Causas 

Algumas alterações podem dar origem aos trombos: estase sanguínea (diminuição do fluxo do sangue), lesão endotelial (revestimento do interior dos vasos sanguíneos linfáticos) e hipercoagulabilidade (alterações na constituição de sangue)1. Existem fatores que originam as complicações e surgimentos dos trombos1:  idade avançada (considerado o maior fator de risco); câncer; procedimentos cirúrgicos; imobilização; uso de estrogênio; gravidez e distúrbios de hipercoagulabilidade (alterações na constituição do sangue) hereditários ou adquiridos. 

Sintomas

A trombose venosa profunda pode acionar defesas do organismo, e sua evolução é dividida em três fases4: 

Fase aguda: dores, edema, reações inflamatórias dos linfáticos, febre, diminuição do tempo de coagulação;
Fase de defesa: diminuição súbita do edema, diurese abundante (urinar muitas vezes) e interrupção da febre; 
Fase de esgotamento: organismo sem defesa, com possíveis novos trombos.   

Diagnóstico 

Ao avaliar o quadro clínico do paciente, o médico poderá solicitar alguns exames1: 

  • Escore de Wells – analisa sintomas, fatores de risco e probabilidade do desenvolvimento de TVP, entre baixo, médio e alto risco;
  • Teste D-dímero – deve ser usado em pacientes com baixa probabilidade clínica de TVP, pois não apresentam 100% de sensibilidade nos resultados;
  • Eco Doppler colorido (EDC) – com sensibilidade alta (cerca de 96%), é o mais utilizado em caso de pacientes que apresentam sintomas;
  • Venografia / Flebografia – venografia com contraste é considerado o melhor exame para diagnóstico, mas por conta das reações adversas do contraste em alguns pacientes, não é o mais utilizado em caso de suspeita; 
  • Tomografia Computadorizada – pode ser utilizada em pacientes com suspeita de TVP que não puderam realizar o exame de Eco Doppler;
  • Ressonância magnética – usada quando resultados do EDC são inconclusivos.  

Prevenção e tratamento

É possível evitar os fatores de risco da doença. Entre eles, está o uso de estrogênios, tratamento correto do câncer, de distúrbios na constituição do sangue e procedimentos adequados pós-cirúrgicos1. 

O tratamento tem como objetivo evitar a progressão do trombo e reduzir o risco de desenvolvimento de outras doenças relacionadas à TVP (como embolia pulmonar, tromboembolismo venoso e sequelas pós-trombóticas)3. O uso de meia de compressão elástica e de anticoagulantes são recomendados, mas o médico analisa cada caso para identificar o melhor tratamento para cada um3.




Fontes: 1. Trombose Venosa Profunda: Diagnóstico e Tratamento. Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular. Projeto Diretrizes. 2. Controvérsias no diagnóstico e tratamento da trombose venosa profunda pela ecografia vascular. BARROS, Marcio Vinicius Lins; PEREIRA, Virgínia Soares Rodrigues; PINTO, Daniel Mendes. 3. Tromboembolismo Venoso: Diagnóstico e Tratamento. Sociedade Portuguesa de Cirurgia. 4. Trombose venosa profunda aguda. NETO, Joaquim Bueno; WOLOSKER, Marcus; TOLEDO, Octavio Martins; LEÃO, Luiz Edgard Puech.

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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