Vitamina D além da formação óssea
É um pró-hormônio que também interage com o sistema imunológico.
Publicado em: 16 de janeiro de 2020  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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A vitamina D e seus pró-hormônios têm sido alvo de um número crescente de pesquisas nos últimos anos, demonstrando sua função além do metabolismo do cálcio e da formação óssea, incluindo sua interação com o sistema imunológico¹. Isto não é uma surpresa, tendo em vista a expressão do receptor de vitamina D em uma ampla variedade de tecidos corporais como cérebro, coração, pele, intestino, gônadas, próstata, mamas e células imunológicas, além de ossos, rins e outras glândulas¹. 

A vitamina D não é uma vitamina no sentido estrito, mas, sim, um pró-hormônio². Há duas formas disponíveis com diferenças estruturais: a vitamina D2que é derivada de plantas e fungos, e a vitamina D3, que é sintetizada por animais como, por exemplo, peixes, aves e vertebrados, e na pele humana por ação dos raios ultravioleta (UVB) e pela exposição ao sol². Quantidades inferiores a 10% são provenientes de fontes dietéticas². 

A vitamina D é essencial em funções relacionadas ao metabolismo ósseo, porém parece também estar relacionada a diversas doenças³. Em crianças, a deficiência de vitamina D leva ao retardo do crescimento e ao raquitismo³. Em adultos, a deficiência de vitamina D, conhecida como hipovitaminose D, leva à osteomalácia, ao hiperparatiroidismo secundário e, consequentemente, ao aumento da reabsorção óssea, favorecendo a perda de massa óssea e o desenvolvimento de osteopenia e osteoporose³. Fraqueza muscular também pode ocorrer, o que contribui para elevar ainda mais o risco de quedas e de fraturas ósseas em pacientes com baixa massa óssea³.  

Estudos atuais têm relacionado a deficiência de vitamina D com várias doenças autoimunes, incluindo diabetes melito insulino-dependente (DMID), esclerose múltipla (EM), doença inflamatória intestinal (DII), lúpus eritematoso sistêmico (LES) e artrite reumatoide (AR). Diante dessas associações, sugere-se que a vitamina D seja um fator extrínseco capaz de afetar a ocorrência de doenças autoimunes¹.  

A vitamina D parece interagir com o sistema imunológico através de sua ação sobre a regulação e a diferenciação de células, além de interferir na produção de citocinas¹. Recentes evidências sugerem que a vitamina D pode ter ações, além da manutenção da saúde óssea e da regulação do metabolismo do cálcio e fósforo, tais como a modulação do risco de doenças cardíacas, neoplasias, esclerose múltipla, obesidade, asma e diabetes tipo 1¹ 

 

Fontes: 1. A importância dos níveis de vitamina D nas doenças autoimunes – Scielo. Último acesso no dia 9 de dezembro de 2019. 2. Deficiência de vitamina D em crianças e adolescentes– Sociedade Brasileira de Pediatria. Último acesso no dia 9 de dezembro de 2019. 3. Recomendações da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) para o diagnóstico e tratamento da hipovitaminose D – Scielo. Último acesso no dia 9 de dezembro de 2019. 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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