Alzheimer

Ela é considerada a principal causa de demência, representando cerca de 50% a 80% dos casos

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A Doença de Alzheimer afeta o funcionamento do cérebro de forma lenta e progressiva, comprometendo duas ou mais funções como: memória, linguagem, atenção, raciocínio lógico, julgamento, planejamento, habilidade visual e espacial. Ela é considerada a principal causa de demência, representando cerca de 50% a 80% dos casos. Além disso, interfere intensamente as atividades diárias das pessoas1. A enfermidade é incurável e se agrava ao longo do tempo2. Entretanto, quando diagnosticada no início, é possível retardar seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida aos pacientes e à família2 

Causas 

Não se sabe o motivo exato da causa da doença, mas estudos indicam que algumas alterações cerebrais já estão instaladas antes do aparecimento dos sintomas demenciais2. Sendo assim, é possível identificar manifestações clínicas em exames que permitem o diagnóstico logo no início da demência2. A doença primeiramente atinge o hipocampo, estrutura cerebral responsável pelo processamento da memória, e com o tempo avança para outras regiões do cérebro, causando a morte dos neurônios3. Esses danos são irreversíveis e causam o aparecimento dos sintomas da demência3 

Sintomas 

A doença se desenvolve de maneiras diferentes entre as pessoas, e ela é dividida em três estágios4: 

Inicial 

  • Lapsos de memória para acontecimentos recentes; 
  • Repete várias vezes a mesma coisa; 
  • Dificuldade para lidar com atividades mais complexas como pagar contas, planejar viagens, dirigir...); 
  • Esquecer compromissos; 
  • Confusão; 
  • Evita encontros sociais; 
  • Faz julgamentos errados; 
  • Tem dificuldade para encontrar palavras para se expressar; 
  • Apresenta alterações de humor, comportamento e personalidade sem motivo aparente. 

 Moderado ou intermediário 

  • Agravamento dos sintomas da fase anterior; 
  • Incapacidade de realizar atividades diárias de forma independente; 
  • Perda da capacidade de nomear objetos, pessoas e compreender a linguagem oral e/ou escrita; 
  • Desorientação do tempo e espaço; 
  • Incapacidade de sair sozinha de casa; 
  • Necessidade de supervisão constante; 
  • Incapacidade de se expressar de forma correta; 
  • Redução da capacidade física (dificuldade de locomoção). 

 Grave 

  • Normalmente fica de cama, precisa de assistência para tudo; 
  • Perda total de memória, inclusive de acontecimentos mais antigos; 
  • Apresenta dificuldade para engolir; 
  • Quase não fala; 
  • Perda total do controle urinário e fecal; 
  • Pode ter atrofia dos membros; 
  • Fica vulnerável a complicações como: lesões na pele, infecção de rins e pulmões, desnutrição e desidratação.

Diagnóstico 

Existem três níveis de diagnósticos5: 

  • Possível: quadros que iniciam com sintomas que não são característicos do Alzheimer; 
  • Provável: quadros com sintomas característicos do Alzheimer. Para completas o diagnóstico, são incluídos exames como neuroimagem, tomografia ou ressonância do crânio, com o objetivo de excluir outras possibilidades de doenças ou condições; 
  • Definitivo: após a morte, com exame do tecido cerebral por autopsia. 

Fatores de risco 

Existem alguns fatores de risco para o desenvolvimento da doença, que normalmente se manifesta após os 65 anos de idade2. Confira alguns deles3: 

  • Genética: alguns estudos indicam que a influência genética pode representar de 1% a 5% dos casos da doença; 
  • Sexo feminino: atinge mais mulheres que homens (uma relação de 3 a para 2) – uma explicação possível é o fato da mulher viver mais que o homem, normalmente; 
  • Baixo nível educacional: alguns estudos indicam que pessoas com baixa atividade intelectual possivelmente fazem menos sinapses (ligações entre neurônios), o que pode ajudar no desenvolvimento precoce dos sinais da doença; 
  • Traumatismo crânio-encefálico: fraturas de crânio e lesões no encéfalo, principalmente quando há a perda de consciência, podem aumentar as chances de desenvolvimento do Alzheimer; 
  • Doenças cardiovasculares: o controle dos níveis de pressão e colesterol ajudam a prevenir derrames e outras condições que podem prejudicar o funcionamento correto do cérebro; 
  • Diabetes: a utilização da glicose no cérebro de pessoas com Alzheimer é prejudicada, e isso é muito parecido com o que acontece com pessoas com Diabetes tipo II; 
  • Depressão: há evidências que pessoas que normalmente sofrem com depressão têm duas vezes mais chances de desenvolver Alzheimer – isso acontece por conta dos altos níveis de cortisol (hormônio do estresse), que também podem causar a morte dos neurônios;
  • Obesidade: pessoas obesas normalmente têm mais chance de desenvolver doenças cardiovasculares, o que pode causar alterações e desenvolver demências. 

Tratamento 

O começo do tratamento logo após o surgimento dos primeiros sinais é a melhor forma para atrasar a evolução da doença6. Existem duas formas de tratamento: farmacológico e o não-farmacológico: 

  • Farmacológico6: medicamentos que controlam sintomas da doença (depressão, psicoses, alterações de comportamento, distúrbios de sono) e conservam a cognição por um pouco mais de tempo; 
  • Não-farmacológico7: atividades como a estimulação cognitiva, social e física podem ajudar a preservar a atenção, memória, linguagem e orientação. Pacientes mais ativos usam o cérebro de maneira mais ampla, amenizando os sintomas. 

De toda forma, fique atento à sua memória e a de pessoas próximas, e ao sinal de qualquer falha constante, consulte um médico especialista.  

 

Fontes: 1. O que é Doença de Alzheimer? Instituto Alzheimer Brasil. Último acesso em 19 de agosto de 2021. 2. O que é Alzheimer? Associação Brasileira de Alzheimer. Último acesso em 19 de agosto de 2021. 3. Fatores de risco e de proteção. Instituto Alzheimer Brasil. Último acesso em 19 de agosto de 2021. 4. Fases da Doença de Alzheimer. Instituto Alzheimer Brasil. Último acesso em 19 de agosto de 2021. 5. Diagnóstico de Demência e Doença de Alzheimer – Novos Critérios. Último acesso em 19 de agosto de 2021. 6. Tratamento. Instituto Alzheimer Brasil. Último acesso em 19 de agosto de 2021. 7. Tratamento. Associação Brasileira de Alzheimer. Último acesso em 19 de agosto de 2021. 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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