Como as vitaminas e os minerais ajudam na gravidez

A gravidez é um momento especial na vida de toda mulher e uma boa nutrição é essencial neste momento

Publicado em: 28 de maio de 2019  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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A gravidez é um momento especial da vida de toda mulher, e a boa nutrição nesse momento é mais importante do que nunca¹. Mulheres com uma nutrição adequada durante a gravidez têm menos complicações e dão à luz bebês maiores e mais saudáveis¹  

De certa maneira, aquele jargão popular de que “você tem que comer para dois”, é verdadeiro¹. Entretanto, a mulher não precisa comer duas vezes a quantidade de alimentos, mas, o que ela come, é agora duas vezes mais importante¹. O organismo precisa de alimentos nutritivos para manter saudável tanto a mãe quanto seu filho, que precisa crescer e se desenvolver de maneira adequada¹.  

As proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais são essenciais para o desenvolvimento de um bebê saudável¹. Caso exista falta ou excesso desses nutrientes, o desenvolvimento das células não é perfeito, e o bebê pode nascer com peso e desenvolvimento inadequados¹. As células do bebê em desenvolvimento são feitas principalmente de proteínas, e as mudanças no corpo da mãe, particularmente a placenta, também necessitam delas¹Os carboidratos devem ser a fonte principal de calorias¹. Eles são fácil e rapidamente convertidos em energia¹. As gorduras dos alimentos podem também ser usadas para fornecer energia, mas a quantidade que a gestante deve ingerir de gorduras deve ser bem menor do que a de carboidratos¹  

Atenção especial deve ser dada ao tipo de gordura ingerida, evitando as gorduras saturadas, presentes no leite e na carne gordos, na manteiga, e as trans-saturadas, presentes nas margarinas¹. Os carboidratos são necessários para o funcionamento do cérebro e do sistema nervoso, tanto da mãe quanto do bebê¹. Os alimentos ricos em carboidratos, como os cereais, preferencialmente integrais, como pães, grãos, batatas, milho e outros, e as frutas de todo tipo, são o combustível da vida¹.  

Vitaminas 

As vitaminas são essenciais para a utilização da energia dos carboidratos, assim como para a maioria das funções do corpo¹. Todas as vitaminas são importantes durante a gravidez, e a maioria pode ser obtida através de uma alimentação variada¹  

Uma vitamina muito importante, tanto antes quanto durante a gravidez, é o Ácido Fólico¹. O ácido fólico, também conhecido como folacina ou folato, é uma vitamina do complexo B¹. Ele ajuda a formar as células brancas e vermelhas do sangue e, portanto, é essencial durante a gestação para ajudar na produção aumentada de sangue, necessária para o feto e a placenta¹Ele também ajuda na formação do material genético de cada célula¹. Mulheres que consomem quantidades adequadas de folato durante a gravidez podem reduzir o risco de ter uma criança com defeito congênito¹. Confira alguns alimentos ricos em folato¹ 

    • hortaliças folhosas verdes (espinafre, brócolis, couve);  
    • leguminosas (ervilhas e feijões);  
    • frutas cítricas (laranja, limão);  
    • germe de trigo;  
    • pães de trigo integral;  
    • ricota e iogurte, outros alimentos fortificados com ácido fólico. 

O folato pode ser perdido com o cozimento prolongado a temperaturas muito altas¹. Para reter o folato, cozinhe em pouca água e guarde o alimento em geladeira¹. Prefira frutas e hortaliças cruas e bem lavadas¹.  

Minerais 

Os minerais também têm muitas funções¹. Dois deles são muito importantes durante a gestação: o ferro e o cálcio¹. Se a gestante não ingere quantidades suficientes desses minerais durante a gestação, seu bebê em crescimento irá usar o cálcio de seus ossos e o ferro de seu sangue, e isso será ruim para a saúde da mãe¹ 

Anemia é comum na gravidez¹. Ela normalmente ocorre no final do primeiro até o começo do terceiro trimestre¹. Os sintomas são fraqueza, fadiga e tonturas. A razão da anemia é que o suprimento de sangue aumenta em cerca de 50% na gestação, sendo necessária a ingestão de ferro em grande quantidade¹. A necessidade desse mineral dobra durante esse período¹. O ferro ajuda a formar as células vermelhas do sangue. São elas que carregam oxigênio para todas as partes do corpo¹. Durante o período de gestação, o bebê também forma um “estoque” de ferro para os seus primeiros meses de vida, quando ainda não será capaz de produzir essas células¹. A inclusão de alimentos ricos em ferro na alimentação é recomendada para todas as mulheres grávidas, podendo também ser recomendado um suplemento do mineral¹. Confira quais alimentos são ricos em ferro¹: 

    • carnes vermelhas, fígado, peixes, frutos do mar e aves; 
    • ameixas e outras frutas secas; 
    • feijões e hortaliças folhosas, como couve. 

A vitamina C ajuda na absorção de ferro que vem das plantas, quando ingeridas ao mesmo tempo¹. Portanto, aumente o consumo de alimentos ricos em vitamina C quando você ingerir ferro de alimentos de origem vegetal¹  

As mulheres grávidas necessitam de cálcio extra, principalmente no terceiro trimestre, quando os ossos do bebê estão endurecendo e os dentes estão se formando¹. Seu corpo também está estocando cálcio para a produção de leite após o nascimento do bebê¹. Se a alimentação da gestante é pobre nesse mineral, ela pode ter câimbras nas pernas, cáries dentárias e perda de dente, ou até osteoporose, mais tarde, em sua vida¹. Isso acontece porque numa situação de falta de cálcio, o bebê tira esse mineral das reservas de sua mãe, principalmente de seus ossos¹. Durante a gestação, a ingestão adequada de cálcio pode prevenir a pressão alta, e uma condição perigosa, chamada de pré-eclâmpsia¹. Os alimentos do grupo do leite são fontes primárias de cálcio na nossa alimentação. Para a mulher grávida, são recomendadas 4 porções desse grupo diariamente¹ Os alimentos ricos em cálcio¹ são: 

    • iogurte, queijo, sorvetes com leite; 
    • sardinha enlatada; 
    • alimentos comerciais fortificados com cálcio; 
    • espinafre, almeirão, couve, folhas de mostarda. 

Outros cuidados 

Cafeína: É um alcaloide farmacologicamente ativo que atua como estimulante do sistema nervoso central e está presente em uma grande quantidade de alimentos (cerca de 60 espécies de plantas, no mundo, contêm compostos do tipo metilxantina), como café, guaraná, refrigerantes à base de cola, cacau, chocolate, chás e também nos remédios do tipo analgésicos, medicamentos contra gripe e inibidores de apetite²  

Esse alcaloide é o estimulante mais comum atualmente, é barato e facilmente encontrado, o que contribui para seu elevado consumo². No que diz respeito às gestantes, frequentemente, ocorre aversão aos produtos cafeinados, particularmente ao café, no primeiro trimestre de gestação, levando a interrupção ou redução do consumo de cafeína ao longo da gravidez²É aconselhado as mulheres grávidas a evitarem, sempre que possível, alimentos e drogas contendo cafeína ou, pelo menos, manterem, durante a gravidez, o consumo abaixo de 200mg/dia².  

Uso de Álcool: O consumo de álcool durante a gestação tem sido tema muito discussão². Certo é que o uso de álcool durante a gestação é uma das principais causas evitáveis de defeitos ao nascimento bem como alteração no desenvolvimento da criança². Apesar de existir a diminuição do consumo do álcool durante a gravidez, cada vez mais aumenta o consumo pela população feminina e, em consequência disso, grande parcela das mulheres e seus fetos são expostos a doses variáveis desse agente². O álcool quando ingerido pela gestante, atravessa a barreira placentária e faz com que o feto receba as mesmas concentrações da substância que a futura mãe²  

Entre as complicações pré-natais, provocadas pelo consumo de álcool, identificam-se anomalias físicas e disformismo no primeiro trimestre, aumento de duas a quatro vezes na incidência de abortamento espontâneo no segundo trimestre, fatores comprometedores durante o parto, como risco de infecções, deslocamento prematuro da placenta, hipertonia uterina, trabalho de parto prematuro e líquido amniótico meconial². Dentre as consequências decorrentes do uso de álcool por gestantes, a mais conhecida é a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), caracterizada por baixo peso ao nascer, hipotonia, incoordenação, irritabilidade, retardo do desenvolvimento, anormalidades craniofaciais e cardiovasculares, retardo mental leve e moderado, hiperatividade e baixo rendimento escolar².   

Adoçantes na Gestação: Os adoçantes são substitutos naturais ou artificiais do açúcar que conferem sabor doce com menor número de calorias por grama². O consumo de adoçantes e produtos dietéticos aumentou muito nos últimos anos². Durante a gestação, por causa da grande disponibilidade no mercado a escolha pelo adoçante deve ser cuidadosa, pois determinadas substâncias utilizadas em sua formulação podem ser prejudiciais neste período²  

Existem poucas informações sobre o uso da sacarina e ciclamato na gestação, e seus efeitos sobre o feto². Por causa das limitadas informações disponíveis e ao seu potencial carcinogênico em animais, a sacarina e o ciclamato devem ser evitados durante a gestação². O aspartame tem sido extensivamente estudado em animais, sendo considerado seguro para uso na gestação². A sucralose e o acessulfame-K não são tóxicos, carcinogênico ou mutagênicos em animais, mas não existem estudos controlados em humanos². Porém, como esses dois adoçantes não são metabolizados, parece improvável que seu uso durante a gestação possa ser prejudicial²estévia, substância derivada de uma planta nativa brasileira, também não produz efeitos adversos sobre a gestação em animais, porém não existem estudos em humanos². 

 

 
 
 
FONTES: 1. Nutrição e o Ciclo da Vida: Gravidez, Amamentação e a Criança Pré-Escolar. Unicamp. Último acesso em 20 de maio de 2019.  2. RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NA GESTAÇÃO. REVISTA DESTAQUES ACADÊMICOS. Último acesso em 20 de maio de 2019. 

 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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