Como escolher o método anticoncepcional ideal para você?

Os métodos anticoncepcionais agem no bloqueio da ovulação dificultando assim a fecundação

Publicado em: 24 de maio de 2020  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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No Brasil, em um estudo de 2015, 79% das mulheres utilizavam algum método contraceptivo como planejamento familiar, representando um índice 28% maior do que o registrado em 1970. Deste grupo, a contracepção hormonal (reversível), como a pílula anticoncepcional, foi a primeira escolha da maioria das mulheres¹. Esses métodos contraceptivos têm uma formulação geralmente combinada de um estrogênio e um progestagênio, ou em apresentações de progestagênio isolado. É indicado para mulheres que podem usar hormônios e desejam um método reversível de contracepção, além de benefícios secundários relacionados a cada método, como melhora da pele, TPM (tensão pré-menstrual) ou do sangramento, por exemplo³. 

Os métodos anticoncepcionais são encontrados em diferentes vias de administração (oral, intramuscular, implantes subdérmicos, transdérmica, vaginal e associado à dispositivo intrauterino) e formulações diferentes (concentrações e tipos de hormônios), agindo no bloqueio da ovulação e/ou alteração das condições do útero e das trompas, dificultando assim a fecundação¹.

Conheça quais são os métodos hormonais reversíveis e converse com o seu médico para entender qual o mais indicado para você:

  • Anticoncepcional injetável - Há dois tipos básicos de formulações: injetáveis combinados (mensais) e injetáveis só de progestágeno (trimestrais). Após a suspensão do uso, o retorno à fertilidade é rápido, sendo de aproximadamente 60 dias após a última injeção³. Ação no bloqueio da ovulação;
  • Implantes contraceptivos - São pequenas cápsulas ou bastões de material plástico, permeável, que contêm um hormônio (progestágeno) para ser liberado gradualmente, quando colocados sob a pele, na parte inferior do braço³. Tem duração de três anos e ação no bloqueio da ovulação;
  • DIU com levonorgestrel – O dispositivo intrauterino (DIU) é um método anticoncepcional constituído por um aparelho pequeno e flexível que é colocado dentro do útero, o qual exerce ações que culminam por evitar a gestação³. O DIU com levonorgestrel é um dispositivo plástico em forma de T que libera constante e regularmente pequenas quantidades de levonorgestrel por dia. Este hormônio é um progestógeno largamente utilizado em implantes e pílulas anticoncepcionais orais. É necessário um profissional de saúde treinado para inseri-lo no útero de uma mulher através de sua vagina e cérvix. Funciona basicamente pela supressão do crescimento da membrana que recobre a parede da cavidade uterina (endométrio)6. Não há a inibição da ovulação, uma vez que esta progesterona tem muito pouca absorção pelo útero. Há ação de atrofia do endométrio (camada interna do útero) e mudanças no canal vaginal, que impedem a fecundação e nidação⁴;   
  • Pílula oral - Os anticoncepcionais hormonais orais, também chamados de pílulas anticoncepcionais são esteroides utilizados isoladamente ou em associação, com a finalidade básica de impedir a ovulação e a concepção²;
  • Anel vaginal - Constituído por um anel flexível de silicone que contém etonogestrel e etinilestradiol. Colocado na vagina, os hormônios são liberados lentamente. Ação no bloqueio da ovulação. Deve permanecer por três semanas e retirado. O número de dias sem o anel (pausa) é de sete dias³;
  • Adesivo anticoncepcional - Os adesivos cutâneos contraceptivos são pequenos selos que contêm etinilestradiol e norelgestromina. A liberação do hormônio é controlada, e ele é absorvido, indo diretamente à circulação sistêmica. Esses adesivos devem ser substituídos a cada semana, por três semanas consecutivas, seguindo-se uma semana de pausa (sem o adesivo)³. Ação no bloqueio da ovulação. 

Contraindicações⁴

Em relação aos métodos hormonais combinados, listamos as contraindicações que são válidas para, praticamente, todos os casos. Veja:

  • Mulheres fumantes com mais de 35 anos;
  • Histórico de ataque cardíaco (infarto do coração) ou derrame cerebral;
  • Histórico de coágulos em veias profundas nas pernas (trombose venosa), nos pulmões (embolia pulmonar) ou em outras partes do corpo;
  • Diagnóstico ou suspeita de câncer de mama ou do útero, cérvice ou vagina, ou outro tipo de câncer dependente de estrogênios;
  • Sangramento vaginal não esclarecido;
  • Hepatite (inflamação do fígado), icterícia durante a gravidez ou durante uso prévio de contraceptivos hormonais;
  • Insuficiência hepática e doença hepatocelular aguda ou crônica com função hepática anormal;
  • Tumor hepático (benigno ou maligno);
  • Gravidez suspeita ou confirmada;
  • Hipertensão arterial (pressão alta) com níveis persistentes de pressão arterial sistólica ≥ 140 mmHg ou pressão diastólica ≥ 90 mmHg;
  • Diabetes com complicações nos rins, olhos, nervos ou vasos sanguíneos;
  • Enxaquecas (dores de cabeça) com sintomas neurológicos;
  • Doença das válvulas do coração com complicações.

 Os medicamentos com apenas progesterona não são recomendados para as mulheres com⁵:

  • Hipersensibilidade à substância ativa ou a quaisquer dos excipientes;
  • Distúrbio tromboembólico venoso ativo;
  • Presença ou história de doença hepática grave, enquanto os valores dos testes de função hepática não retornarem ao normal;
  • Doença maligna sensível a esteroides sexuais conhecida ou suspeita;
  • Sangramento vaginal não diagnosticado.

No caso da pílula anticoncepcional, não esqueça de tomá-lo sempre no mesmo horário. Veja mais dicas de “Como não esquecer de tomar a pílula anticoncepcional”.

Consulte seu médico sempre para avaliar qual o método anticoncepcional é o mais recomendado para você e esclareça todas as dúvidas.

 

 


Fontes: 1. Efeitos dos diferentes anticoncepcionais hormonais nos valores de pressão arterial da mulher – Scielo (Scientific Electronic Library Online). Último acesso em 08 de maio de 2020;  2. Anticoncepcional Hormonal Oral - Biblioteca Virtual em Saúde Ministério da Saúde. Último acesso em 08 de maio de 2020; 3. Manual de anticoncepção da FEBRASGO – Febrasgo Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Último acesso em 08 de maio de 2020; 4. Métodos Contraceptivos - Febrasgo Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Último acesso em 08 de maio de 2020; 5. Bula do Cerazette – Portal da Anvisa. Último acesso em 14 de maio de 2020; 6. Dispositivo Intrauterino com Levonorgestrel – Saúde Direta. Último acesso em 14 de maio de 2020.

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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