Quais são os tipos de endometriose?

Conheça os diferentes tipos desta condição que acomete muitas mulheres em idade reprodutiva

Publicado em: 16 de abril de 2020  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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Nós já explicamos nesse artigo o que é endometriose e agora vamos falar sobre os tipos dessa condição crônica que ocorre em mulheres durante os anos reprodutivos e tem relação com a dor pélvica (cólica) e infertilidade¹. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 10% das mulheres e meninas em idade reprodutiva no mundo todo possuem endometriose. Esta porcentagem corresponde a 190 milhões de pessoas². 

Para contextualizar, a endometriose ocorre quando o tecido normal do revestimento do útero, conhecido como endométrio, encontra-se fora da cavidade uterina. Em cada ciclo menstrual, a maior parte do revestimento do útero é eliminado durante a menstruação. No entanto, uma parte desse fluxo vai em direção a pelve¹. Em algumas mulheres, as células do endométrio que se instalam na pelve podem se desenvolver e permanecer neste local, respondendo, ou não, ciclicamente aos estímulos hormonais mensais, provocando a endometriose.

A endometriose tem classificações que procuram identificar a localização das lesões, o grau de comprometimento dos órgãos e a severidade da doença e recentes avanços na pesquisa da doença recomendam uma nova classificação em três diferentes tipos².

Endometriose peritoneal superficial

São lesões espalhadas na superfície do interior do abdômen. Embora sejam superficiais, muitas vezes estão localizadas sobre órgãos nobres como o intestino, bexiga e ureter e, por isto, os cuidados cirúrgicos devem ser bem observados para que se evitem complicações².

Endometriomas ou endometriose de ovário

Atinge a face externa dos ovários e provoca uma retração para o interior do mesmo. Tem um diagnóstico relativamente fácil, feito por ultrassom. O tratamento quase sempre é cirúrgico por videolaparoscopia. O rigor da técnica cirúrgica utilizada é fundamental para que se evite o prejuízo da reserva ovariana, caso contrário, junto com o tecido do cisto, poderá ser retirado também tecido ovariano com óvulos de boa qualidade, podendo levar à falência ovariana precoce².

Endometriose profunda

É a que apresenta a forma mais agressiva, comprometendo o bem-estar e a qualidade de vida das pacientes. Pode interferir na fertilidade mesmo quando são usadas as técnicas de reprodução assistida. São profundos e envolvem outros órgãos, como os ligamentos útero-sacro (que sustentam o útero), bexiga, ureteres, septo reto-vaginal (espaço entre reto, o útero e a vagina) e intestino².


Prevenção 

Não é possível prevenir a endometriose, porém, o diagnóstico e o tratamento precoce ajudam a retardar ou interromper a progressão da doença, além de reduzir os sintomas². Por isso, realizar exames de consulta com seu ginecologista de confiança anualmente é muito importante. A endometriose ainda não tem cura e o tratamento é feito para minimizar os sintomas². 

Tratamento³

Para diagnosticar, o exame ginecológico clínico é o primeiro passo, seguidos pelos exames laboratoriais e de imagem. O diagnóstico de certeza, porém, depende da realização da biópsia.

A endometriose regride espontaneamente com a menopausa, em razão da queda na produção dos hormônios femininos e fim das menstruações. As mulheres mais jovens podem utilizar medicamentos que suspendem a menstruação. Já as lesões maiores, em geral, devem ser retiradas cirurgicamente. Quando a mulher já teve os filhos que desejava, a remoção dos ovários e do útero pode ser uma alternativa de tratamento.



Fontes: 1. Endometriosis. Guía para pacientes – American Society for Reproductive Medicine. Último acesso em 30 de agosto de 2021.  2. Endometriosis – World Health Organization. Último acesso em 30 de agosto de 2021.  3. O que é endometriose- Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia. Último acesso em 30 de agosto de 2021. 4. Dicas em saúde endometriose- Biblioteca Virtual em Saúde Ministério da Saúde. Último acesso em 30 de agosto de 2021. 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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