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Futuro sem barreiras para o conhecimento

A demanda por inovação é ágil. Hoje, mais importante que aprender um conteúdo, é a capacidade de continuar em aprendizagem constante. Esta é a opinião de Ronaldo Mota, Diretor Científico da Digital Pages, escritor e conferencista nas áreas de Novas Tecnologias e Metodologias Inovadoras em Educação. Ronaldo foi Secretário Nacional de Educação a Distância e Ministro interino do Ministério da Educação no Brasil, e conversou com a Eurofarma sobre o que o futuro nos reserva na busca pelo conhecimento.

 


Como as novas tecnologias estão transformando a educação e o ensino a distância?

Ronaldo Mota – A terminologia Educação a Distância caiu em desuso. Hoje, temos a aprendizagem mediada por tecnologias digitais. Isso é muito mais abrangente, e nada mais que um reflexo no campo educacional da revolução digital que afeta todos os setores. É a educação se moldando às mudanças do cotidiano, dos hábitos e costumes. A demanda por inovação é muito rápida, estamos mudando para um conjunto de habilidades tão relevantes quanto o domínio do conteúdo. Mais importante que o conteúdo que você aprendeu é a sua capacidade de continuar em aprendizagem constante. Não se trata de menosprezar o conteúdo, porém, o simples aprendizado de conteúdo não é mais suficiente.

Como a aquisição de conhecimento mediada por tecnologias impactará a ciência?

Ronaldo Mota – Antes, os pesquisadores publicavam artigos sozinhos ou com colegas de departamento na universidade. Atualmente, é completamente irrelevante nos trabalhos científicos o local geográfico das equipes. Não existe mais limitação espacial. A distância, inclusive, serve como estímulo.
 
Quais os próximos passos nesta revolução educacional?

Ronaldo Mota – Será por meio da voz. Hoje, no comércio eletrônico, você consegue comprar coisas utilizando a voz. A pesquisa que fazemos nos buscadores hoje é pela escrita, em um futuro muito próximo será pela voz. É isso que vamos passar na educação, uma interface guiada por voz para o educando. As separações de aprendizado presencial, físico e digital tendem a desparecer, será um híbrido. Vamos para um mundo ”figital”, já trabalhamos hoje com uma realidade mista e vamos caminhar para um momento que não se define mais com clareza o que é digital e o que é físico.

Como anda a inovação na educação na América Latina?

Ronaldo Mota – Não temos nenhuma defasagem em termos tecnológicos. Do ponto de vista de acessibilidade estamos acompanhando razoavelmente o restante do mundo. No Brasil temos mais de 220 milhões de celulares. O que temos são outros gargalos, um passivo educacional gigante que envolve letramento. O primeiro de ler e entender um texto, depois conseguir escrever um texto mais complexo, barreiras que muitos países já superaram. O segundo é matemático, a capacidade de resolver operações simples ainda é uma questão para nós. O terceiro é o menos problemático, que é o letramento digital. No Brasil estamos menos atrasados neste ponto, adotamos tecnologia com muita facilidade. Mas temos problemas básicos não resolvidos, é um passivo histórico. O que seria inovador na área educacional hoje é conseguir propiciar uma educação de qualidade para muitos. Para poucos já fazemos. Com qualidade sofrível em grande escala também. O mais relevante é como desenvolver metodologias acopladas a tecnologias digitais que proporcionem educação de qualidade para muitos.

Como as pessoas podem fazer uso das novas tecnologias para expandir conhecimento?

Ronaldo Mota – Primeiro é preciso tolerância, porque as transformações serão muito radicais. Vivemos um presente que traz junto um passado e um futuro, mesclamos os três, não exatamente de forma harmônica, porque as mudanças foram muito rápidas, mas vivemos os três tempos. Em segundo lugar é muito importante trabalhar em equipe. Para isso é preciso empatia e compaixão, que é a empatia colocada em prática. Esses são os grandes atributos de um profissional do futuro.

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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