9 em cada 10 casos de suicídio poderiam ser prevenidos

Os suicídios ocupam a terceira posição entre as causas mais frequentes de falecimento nos jovens

Publicado em: 3 de setembro de 2018  e atualizado em: 19 de janeiro de 2022
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O suicídio é um sério problema de saúde pública cujo controle e prevenção são difíceis1. Algumas pesquisas indicam que formas de controlar envolvem melhores condições para criação de crianças e jovens, oportunidade de tratamento efetivo de possíveis transtornos mentais e até mesmo controle dos fatores de risco ambientais1. Além disso, outra forma de prevenção é com a disseminação informações e o aumento da conscientização nas pessoas1.

O tema infelizmente ainda é um tabu2. O problema é altamente negligenciado no Brasil e em boa parte do mundo, apesar dos índices de suicídio terem crescido nas últimas décadas2. O tema é um estigma milenar com raízes histórico-culturais, o que dificulta que as pessoas falem sobre ele abertamente2. A morte por suicídio ocupa a terceira posição entre as causas mais frequentes de falecimento na população entre 14 e 44 anos de alguns países3. Estima-se que as tentativas sejam 20 vezes mais frequentes que o suicídio consumado, sendo que homens cometem mais suicídio e mulheres fazem mais tentativas3. Além disso, os transtornos mentais estão associados com cerca de 90% dos casos, como transtornos de humor relacionados a substâncias, de personalidade e esquizofrênicos3.

No entanto, como podemos lidar com o aumento das taxas de suicídio, entender suas causas, motivos, grupos de risco e até mesmo comportamentos para combatermos o problema de saúde pública? Os suicídios resultam de uma complexa interação entre fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociológicos, culturais e ambientais2. O desafio é identificar as pessoas que estão em risco e encaminhá-las a um especialista em gestão comportamental, que consiga entender as circunstâncias que influenciam esse comportamento, fazer intervenções eficazes e desenvolver iniciativas capazes de lidar com esse problema2.

Alguns comportamentos são mais comuns, e os fatores de riscos gerais incluem2:

  • Estatuto sócio-econômico e nível de educação baixos;
  • Perda de emprego;
  • Stress social;
  • Problemas com a família, relações sociais e sistemas de apoio;
  • Trauma como abuso físico ou sexual;
  • Perdas pessoais;
  • Depressão, perturbações de personalidade, esquizofrenia e abuso de álcool/substâncias tóxicas;
  • Sentimentos de baixa auto-estima ou de desesperança;
  • Questões de orientação sexual;
  • Comportamentos idiossincráticos (como estilo cognitivo e estrutura de personalidade);
  • Pouco discernimento, falta de controle da impulsividade e comportamentos auto-destrutivos;
  • Pouca competência para enfrentar problemas;
  • Doença física ou dor crônica;
  • Exposição ao suicídio de outras pessoas;
  • Acesso a meios de conseguir fazer-se mal;
  • Acontecimentos destrutivos e violentos (como guerra ou desastres catastróficos).

A melhor forma de combater o problema é falar sobre ele. Com a ajuda ideal, 9 em cada 10 casos de suicídio poderiam ser prevenidos4. Setembro é conhecido como Setembro Amarelo, mês de campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, com o objetivo de alertar as pessoas sobre o problema e formas de prevenção, com uma ampla divulgação de informações4.

Existem alguns fatores de prevenção que podem ser usados para casos de suicídio2, sendo o apoio da família, de amigos e de outros relacionamentos significativos; crenças religiosas, culturais e étnicas; envolvimento na comunidade; vida social satisfatória; integração social como trabalho e o uso construtivo do tempo de lazer; acesso a serviços e a cuidados de saúde mental. 

Portanto, se você conhece alguém dentro dos fatores de risco, ofereça ajuda e informe sobre possíveis alternativas:

Centro de Valorização da Vida: https://www.cvv.org.br/.
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS): http://portalms.saude.gov.br/saude-para-voce/saude-mental/acoes-e-programas-saude-mental/centro-de-atencao-psicossocial-caps.
Movimento Setembro Amarelo: http://www.setembroamarelo.org.br/.
Associação Brasileira de Estudos e Prevenção de Suicídio: https://www.abeps.org.br/

 

Fontes: 1. Prevenção do Suicídio: um manual para profissionais da mídia. Organização Mundial da Saúde. Último acesso em 9 de agosto de 2021. 2. Prevenção do Suicídio – Um recurso para conselheiros. Organização Mundial da Saúde. Último acesso em 9 de agosto de 2021. 3. Fatores de risco para suicídio e tentativa de suicídio: incidência, eventos estressores e transtornos mentais. Scielo.  4. Setembro Amarelo. O Suicídio. Último acesso em 9 de agosto de 2021.

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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